Leticia Colin fala sobre novo filme e libido feminina: ‘Precisamos criar imagens humanizadas do sexo’

O casal Bárbara Paz e Tulio Starling exalam liberdade e tensão sexual em uma relação aberta(Reprodução/ Desiree do Valle)

Com informações de O Globo

RIO DE JANEIRO – O quanto reprimimos nosso desejo para caber em uma relação monogâmica? O que configura uma traição? Flerte virtual pode? Essas são questões discutidas em “A porta ao lado”, novo filme que a diretora carioca Julia Rezende roda no Rio. No longa, Leticia Colin e Dan Ferreira vivem um casamento estável e monogâmico que é impactado pela chegada de novos vizinhos.

O casal Bárbara Paz e Tulio Starling exalam liberdade e tensão sexual em uma relação aberta. O encontro provoca desejos, dúvidas, traições e transformações, fazendo com que cada um reavalie suas escolhas.

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“A gente lida mal com nossos desejos, somos muito reprimidos. Mas a forma de a gente se relacionar está mudando. A geração que está vindo é mais solta, livre, fluida. O mundo está passando por essa revolução e isso vai ter que ser falado, revisto”, diz Leticia.

O filme surgiu de conversas pessoais entre a atriz e Júlia, que trabalharam juntas no longa “Ponte aérea”, inspirado no conceito de amor líquido. Enquanto debatiam sobre as próprias escolhas e questionavam a “monogamia compulsória”. “A porta ao lado” coloca essas questões na mesa, mas não traz respostas. Mostra que não é fácil bancar nenhuma escolha. Vide o climão da cena em que Leticia (Mari) e Bárbara (a bissexual Ísis) se encontram após a primeira transar com o marido da outra.

Contar a história de uma mulher que se lança em direção às próprias vontades (Mari, personagem de Leticia Colin) dialoga com os tempos atuais em que as mulheres estão tomando as rédeas de sua sexualidade. O ponto de vista feminino rega de sensibilidade a abordagem dos assuntos e também contribui para que mulheres se sintam representadas nas (várias) cenas de sexo contidas no filme.

“Muito do que vimos no cinema sobre sexo foi contado pelo pornô supermachista, que não está ligado à erotização nem à sensualidade. Não me reconheço nem me conecto ali, não mexe com a minha libido. Precisamos criar uma videoteca com imagens mais humanizadas, amorosas e femininas no sentido da potência que é o sexo. E isso não tem nada a ver com sentimentalismo. Já vimos muito o corpo da mulher ser explorado gratuitamente”, diz Leticia que, no longa, protagoniza uma cena de masturbação feminina poucas vezes vista no cinema brasileiro.

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