‘Liberdade de imprensa foi atacada’, diz repórter; prefeito de Macapá pede desculpas
Por: Marcela Leiros
18 de agosto de 2025
MANAUS (AM) – O repórter do Amapá Heverson Castro, preso nesse domingo, 17, após confusão durante agenda com o prefeito Antônio Paulo de Oliveira Furlan, conhecido como Dr. Furlan (MDB), afirmou que o episódio de agressão do mandatário municipal contra ele e um profissional da sua equipe de imprensa representa um retrocesso para a democracia no Estado.
Castro afirmou ao portal Diário da Gente, do Amapá, que passou mais de seis horas detido “como se fosse um bandido” após questionar o prefeito sobre uma obra pública, e destacou que a violência não atingiu apenas os repórteres presentes, mas o direito da sociedade à informação.
Diante da repercussão do caso, o prefeito de Macapá pediu desculpas públicas à população. Em vídeo publicado nesta segunda-feira, 18, Dr. Furlan disse que se excedeu ao presenciar uma suposta agressão da equipe de imprensa contra servidoras da prefeitura.
Iran Froes, o profissional de imprensa que recebeu um mata-leão do prefeito, explicou que a agressão física ocorreu enquanto ele filmava a entrevista de Castro. Ele ressaltou que o exame de corpo de delito feito nas servidoras apontadas como vítimas não confirmou qualquer agressão.
Na gravação que registrou a agressão contra o profissional mostra que Furlan se irrita com a pergunta do repórter sobre o atraso nas obras, iniciadas em 2023. “Está demorando ou está dentro do prazo a obra?”, questiona o profissional. Furlan afasta o microfone e, em seguida, parte para cima de outro homem, chegando a aplicar um “mata-leão”.
Em nota, a Prefeitura de Macapá alegou que o prefeito reagiu a agressões verbais e físicas por parte de Heverson Castro e de dois homens que o acompanhavam. O comunicado afirma que duas servidoras também foram agredidas e prestaram queixa à Polícia Civil.