‘Liberdade sexual da mulher não é justificativa para assédio’, defende Cleo Pires

A atriz retomou a produção de sua carreira musical e a publicação de vídeos em seu canal no YouTube, Cleo (Reprodução/ internet)

Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – Em julho deste ano, Cleo anunciou que não manteria mais seu contrato de exclusividade com a Globo, e passaria a fazer trabalhos pontuais na emissora. Desde então, a atriz retomou a produção de sua carreira musical e a publicação de vídeos em seu canal no YouTube, Cleo.

Intitulado “Sexo”, a atriz publicou recente vídeo para falar sobre esse tema e como já sofreu sanções de amigos próximos e de desconhecidos por falar abertamente sobre sua sexualidade. “Sempre falei muito abertamente sobre a minha sexualidade. Todo mundo sabe disso, todo mundo mesmo. Porque, para mim, isso não é um tabu”, disse Cleo, que atualmente pode ser vista na reprise de “Haja Coração” (Globo).

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Tabu

“E principalmente porque em alguns anos de carreira, com certeza, esse foi o assunto mais abordado em entrevistas, em fofocas… Então essa relação Cleo e sexo foi meio que se instaurando na mente das pessoas. E, particularmente, eu não via mal nenhum nisso, não vejo ainda”, acrescenta.

“O fato é que uma mulher que faz sexo, falar que gosta de sexo e conversar sobre isso com naturalidade, assusta. E não assusta porque eu sou a Cleo, porque eu sou famosa, mas assusta pelo fato de eu ser mulher. A mulher livre de padrões assusta a sociedade e isso, sim, para mim é assustador”, prossegue a atriz, ao citar na sequência a filósofa e escritora feminista Silvia Federici para decorrer mais sobre a sexualidade feminina.

“O mesmo pensamento que ensina a reprimir o nosso impulso, nosso desejo sexual, também objetifica e coloca a gente no lugar de satisfazer o desejo sexual do outro. Você precisa ocupar o luga da desejada e não ocupar o lugar de quem está expressando o desejo ou tendo domínio do seu desejo.”

Padrão de pensamento

Cleo diz que uma mulher falando sobre sexo “é muito bom se for para alimentar as fantasias sexuais dos caras”. “Mas eu nunca vou ser vista por eles com credibilidade e com respeito e, principalmente, nunca vou ser ouvida. Isso tudo é muito antigo e muito enraizado em nossa cultura. Quando a gente vê, estamos seguindo esse padrão de pensamento.”

Ela disse ainda que sempre tratou sobre o tema de forma natural e, por isso, sofreu muitas sanções. “Para as pessoas, esse meu comportamento era sempre negativo. Até mesmo as pessoas que estavam a minha volta, que se diziam minhas amigas, usavam essa minha imagem para me diminuir, para me fazer mal, como se estivesse fazendo coisa errada. Essa pauta já foi usada para me humilhar publicamente, já fui alvo de piadas, de boato, de fofoca..”

“E importante os homens entenderem que uma mulher que fala sobre sexo com normalidade não necessariamente quer ver um nude seu, meu anjo, não necessariamente ela quer conversar sobre isso com você. Liberdade sexual não é justificativa para assédio.”

(*) Com informações da Folhapress

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