Lideranças indígenas realizam encontro virtual em apoio aos povos afetados pelo novo Coronavírus

Mobilização chama atenção às consequências da disseminação da Covid-19 em povos indígenas (Divulgação)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Lideranças indígenas e artistas realizaram uma mobilização online nesse domingo, 9, com o objetivo de estimular a solidariedade e o apoio nacional e internacional em atenção às consequências da disseminação da Covid-19 em povos tradicionais. Chamado “Maracá – Emergência Indígena”, o ato ocorreu a partir das 17h nos canais de youtube da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

“A ação desse domingo, que acontece no Dia Internacional dos Povos Indígenas, vai juntar centenas de personalidades, artistas e lideranças indígenas para levantar recursos para as ações previstas no plano “Emergência Indígena”, disse a entidade.

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A live contou com o apoio das lideranças Eva Candé, Eriki Miller e Sabaru Tingui Botó, da atriz Letícia Sabatella, do antropólogo Felipe Milanez, do músico Arrigo Barnabé e de mais centenas de personalidades. Além do canal de youtube e das redes sociais da Apib, o debate foi transmitido nos canais do influencer Felipe Neto, da cantora Maria Gadu, das páginas Mídia Ninja e Mídia Índia!

O plano de enfrentamento à Covid-19 foi construído com orientações e ações de cuidado à saúde, ações judiciais e estratégias de comunicação e informação sobre medidas de prevenção.

“Agora chegou a vez de transformar o plano em ação. Por isso, invocamos a força do maracá, um símbolo marcante dos povos indígenas, para mobilizar apoiadores a salvar vidas e evitar que a pandemia de Covid-19 provoque mais danos aos povos do Brasil”, dizia o enunciado da associação.

O maracá marca a história dos povos indígenas, estando presente em rituais de luta e de celebração (Davi Boarato)

De acordo com a Apib, mais de 23 mil indígenas já foram contaminados pelo novo Coronavírus no Brasil, situação que a associação vem alertando diariamente. Além da ameaça do vírus, a entidade fala em racismo, desmatamento ilegal, a ação criminosa de madeireiros, missionários proselitistas, mineradoras e empreendimentos que, conforme eles, “continuam avançando para os territórios indígenas, ampliando as violências sofridas por esses povos”.

“Quando falamos em genocídio não estamos exagerando. Temos comunidades que se o vírus entrar, desaparecem”, alerta Eloy Terena, advogado da Apib.

A associação denuncia ainda que há em curso uma clara estratégia de subnotificação para minimizar os impactos da crise sanitária decorrente da Covid-19 e esconder seu caráter higienista utilizada pelo Governo Federal.

“É a hora de somar ainda mais esforços e vozes para amplificar o som do nosso Maracá, das nossas lutas! O Maracá é uma grande mobilização internacional para salvar vidas. Apoie e acompanhe!”, finaliza a Apib. Saiba mais em http://emergenciaindigena.apib.info/maraca/ e http://www.apib.info/.

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