Liderar com empatia sem parecer fraco ou autoritário é possível


Por: Raphael Cortezão

15 de fevereiro de 2025

Quando Ricardo assumiu seu primeiro cargo de liderança, sentiu um misto de empolgação e insegurança. Sempre foi conhecido pela cordialidade e pelo bom relacionamento com os colegas, mas agora enfrentava um desafio inédito: precisava dar feedbacks negativos, cobrar resultados e manter a equipe engajada sem perder sua essência de olhar para os outros com empatia.

Algo na história de Ricardo se parece com a sua? A pergunta que você deve estar me fazendo mentalmente agora é: como equilibrar a necessidade de ser firme e respeitado sem parecer autoritário ou, por outro lado, permissivo demais?

Grandes especialistas em liderança já demonstraram que empatia e autoridade não são opostas, mas complementares. Simon Sinek destaca que os melhores líderes são aqueles que criam um ambiente seguro para que suas equipes prosperem. Isso significa que, ao liderar, não dão apenas ordens, mas sim criam conexões genuínas, entendem os desafios individuais dos colaboradores e oferecem suporte para que alcancem seus melhores resultados. Quando um líder se preocupa de verdade com seu time, a reciprocidade acontece naturalmente e a autoridade é conquistada pelo respeito e não pelo medo.

Dale Carnegie, por sua vez, ensina que a melhor forma de influenciar pessoas é demonstrar interesse sincero por elas. Isso significa que, ao cobrar um colaborador por um desempenho abaixo do esperado, é fundamental fazê-lo de maneira construtiva. Em vez de apontar apenas os erros, o líder empático oferece direcionamento e mostra caminhos para a melhoria, reforçando a confiança e a parceria entre líder e equipe.

Daniel Goleman, especialista em inteligência emocional, explica que a liderança eficaz exige um equilíbrio entre firmeza e empatia. Um líder que compreende suas próprias emoções e as dos outros consegue gerenciar conflitos com mais assertividade, ouvir ativamente e, ao mesmo tempo, manter o foco nos objetivos. Se um colaborador está desmotivado, o líder empático percebe essa mudança e busca entender a raiz do problema, oferecendo suporte sem abrir mão das entregas necessárias, dos resultados.

A importância de cultivar a confiança e a comunicação transparente é uma das grandes lições do autor e mentor Stephen Covey sobre a liderança eficaz. Segundo ele, um líder que se preocupa com o crescimento de seus colaboradores e é claro sobre expectativas e metas fortalece sua credibilidade. A autoridade não se impõe, mas se constrói com ações coerentes e justas. Uma dica prática é sempre alinhar cobranças a um propósito claro, mostrando ao time o impacto do trabalho de cada um no resultado mais amplo.

Como você pode notar – e não sou apenas eu que acredito nisso, por isso trouxe tantos célebres autores – liderar com empatia sem perder a autoridade exige equilíbrio e prática. É possível ser humano e compreensivo sem renunciar à firmeza necessária para guiar uma equipe ao sucesso. O segredo está em criar um ambiente de confiança, onde cada colaborador se sinta valorizado e, ao mesmo tempo, comprometido com a alta performance. Um líder que domina essa arte não só gera melhores resultados, mas constrói times leais e motivados, que enxergam nele uma referência não apenas profissional, mas também humana.

(*)Raphael Cortezão é treinador comportamental, jornalista, mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia, empresário e diretor do Instituto Inspiração Hub. Instagram: @raphaelcortezao

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