Líderes de grandes potências iniciam discursos na Cúpula do Clima

Cúpula de Líderes sobre o Clima acontece de forma virtual com líderes de grandes potências (Reprodução/Youtube)

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Cúpula de Líderes Climáticos convocada pelo presidente Joe Biden iniciou às 9h desta quinta-feira, 22. Os principais objetivos do evento é estimular países a aumentar a ambição nacional climática em várias frentes e recolocar os Estados Unidos na liderança climática global, depois dos retrocessos do Governo Trump.

A cúpula, realizada de forma virtual, reunirá 40 líderes e vai durar dois dias. O presidente Jair Bolsonaro deve discursar ainda na sessão de abertura, ao lado de outros 26 presidentes e primeiros-ministros.

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A surpresa da agenda liberada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos é que Bolsonaro não será o único brasileiro a falar na Cúpula. Também está prevista a participação de Sinéia B. do Vale, mais conhecida como Sinéia Wapichana, do Conselho Indígena de Roraima (CIR), da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

Sinéia é uma das indígenas mais engajadas no debate climático há vários anos, foi a criadora e coordenadora do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas na Funai e já participou de várias conferências de clima das Nações Unidas, as CoPs.

Estados Unidos

Na abertura de sua Cúpula de Líderes sobre o Clima, o presidente Joe Biden disse que esta é a década decisiva para evitar um cataclisma, afirmando se tratar de um imperativo moral e climático. Ele afirmou que os EUA respondem por menos de 15% das emissões globais e que “nenhuma nação pode resolver sozinha” o problema da liberação de poluentes.

Biden se comprometeu em cortar pela metade emissões americanas até o fim da década, reduzindo-as de 50% a 52% em comparação com os níveis de 2005. O presidente americano pretende convencer outras nações a adotarem compromissos mais ambiciosos. “Isso é fundamental para que o aumento das emissões seja restrito a 1,5 grau Celsius, como é reivindicado pelo Acordo de Paris”, afirmou Biden.

Japão

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, afirmou que o mundo enfrenta consequências e precisa se comprometer com ações concretas. Modi também afirmou que o País já tomou importantes medidas em busca da energia limpa, eficiente e da biodiversidade, sem detalhes, no entanto, quais primeiros passos foram esses.

“Estamos entre poucos países que conseguiram manter o compromisso de energia limpa sem subir os dois graus. Com o País em desenvolvimento responsável, nós queremos mostrar os modelos da Índia e isso pode ajudar outros países em desenvolvimento que precisam de acesso ao financiamento verde e a tecnologia verde”, disse o primeiro-ministro.

Reino Unido

O primeiro-ministro do Reino Unido lembrou que o País foi o primeiro a aprovar uma legislação de emissão zero de gases e que está acelerando nas ações já que, por ser um País desenvolvido, tem a obrigação de “fazer mais”.

O primeiro-ministro ainda falou sobre as metas do Reino Unido. “Precisamos de uma redução de 78% para atingir as nossas metas ate 2035. Nós estamos trabalhando para firmar esse compromisso. Nós podemos fazer isso juntos em todo mundo, isso vai precisar que os países mais ricos se unam e concedam o acordo de 1,5 bilhão de libras”, disse Boris Johnson.

Programação

O presidente chinês Xi Jinping falou no primeiro bloco dos líderes e foi seguido por Emmanuel Macron (França), Angela Merkel (Alemanha) e Vladimir Putin (Rússia). Devem discursar ainda Alberto Fernandez (Argentina), Sebastián Piñera (Chile), Iván Duque Márquez (Colômbia) e Mario Draghi (Italia).

O encontro depois se divide em duas sessões. A primeira é sobre investimentos em soluções climáticas. O desafio é como direcionar os trilhões de dólares do mercado financeiro e de investimentos privados aos esforços de descarbonização da economia.

O papa Francisco também deve discursar, assim como o presidente da CoP 26, Alok Sharma, e Xye Bastida, uma jovem ativista do movimento Fridays for Future, criado pela sueca Greta Thunberg, entre outros. A outra sessão é sobre adaptação e resiliência. O secretário americano de agricultura, Tom Vilsack, é um dos participantes. Há muitos ministros de Transporte, Minas e Energia, Meio Ambiente e Mudança Climática no painel.

No espaço dedicado a governadores, prefeitos e líderes indígenas fala Sinéia do Vale. Foram convidadas também lideranças de comunidades tradicionais e indígenas dos EUA e do Chad. O painel é aberto por Michael Regan, diretor da EPA, a agência ambiental dos EUA, que funciona como um ministério do Meio Ambiente.

A cúpula também terá sessões nesta sexta-feira, 23. O tema de abertura será como estimular a inovação climática, pela secretária de Energia dos EUA Jennifer M. Granholm. Haverá discursos de alguns líderes, como o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, presença pouco comum a estas cúpulas, e a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg.

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