Líderes estrangeiros pedem realização de eleições justas e fim das sanções econômicas na Venezuela
18 de julho de 2023
O presidente do Brasil. (Reprodução/Ricardo Stuckert/PR)
Da Revista Cenarium*
BRUXELAS – Um dia após realizarem reunião sobre eleições na Venezuela, os governos de Brasil, Argentina, Colômbia e França, assim como a União Europeia, divulgaram declaração conjunta em que pedem a realização de eleições justas no País comandado por Nicolás Maduro e o fim das sanções econômicas contra Caracas.
Na nota, os países pedem uma negociação capaz de prover uma eleição “justa para todos, transparentes e inclusivas”, com “participação de todos que desejam” e acompanhamento internacional.
“Esse processo deve ser acompanhado de uma suspensão das sanções, de todos os tipos, com vistas à sua suspensão completa”, acrescenta o comunicado divulgado nesta terça-feira, 18.
Os pedidos se contrapõem a ações recentes de Caracas. Na última semana, um dos principais líderes do chavismo anunciou que o País não permitirá que observadores da União Europeia monitorem as eleições de 2024, chamando-os de “grosseiros, colonialistas, representantes dessa Europa imperial ultrapassada”.
Na mesa, a partir da esquerda, a número dois do regime da Venezuela, Delcy Rodríguez; os presidentes Lula, do Brasil, e Emmanuel Macron, da França, e, na ponta, Gerardo Blyde, negociador da oposição venezuelana; de costas, do lado direito da foto, os presidentes Gustavo Petro, da Colômbia, e Alberto Fernández, da Argentina, em Bruxelas (Emmanuel Dunand/Pool via Reuters)
Duas semanas antes, a ditadura já havia tornado inelegíveis diversos opositores — entre os quais a ex-deputada Maria Corina Machado, líder nas pesquisas entre os candidatos da oposição — que se colocaram como nomes viáveis para as primárias oposicionistas, que em tese serão realizadas em outubro.
No documento divulgado nesta terça-feira, os governos pedem que Caracas e líderes opositores cheguem a um acordo em breve e manifestam solidariedade aos imigrantes venezuelanos — o País sul-americano é, hoje, origem de uma das principais crises migratórias do planeta.
A nota foi publicada no âmbito da cúpula Celac-UE, que termina nesta terça em Bruxelas. O evento reuniu líderes dos 33 países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos e 25 do bloco europeu.
O texto é fruto de uma reunião entre os líderes signatários realizada na segunda-feira, 17, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ecoando declarações similares às que já tem dado, disse que a solução dos problemas do País deve partir da própria população. Além do petista, estiveram no encontro os presidentes da França, Emmanuel Macron, da Colômbia, Gustavo Petro, da Argentina, Alberto Fernández, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, a número dois do regime da Venezuela, Delcy Rodríguez, e o ex-deputado venezuelano Gerardo Blyde, principal negociador da oposição.
Maduro não viajou à Bélgica. No Twitter, ao falar da cúpula, ele voltou a pedir o fim das sanções econômicas, que chama de um bloqueio e uma agressão contra o povo venezuelano. “Com a Europa, alçaremos novas relações de respeito, cooperação e trabalho compartilhado”, escreveu.
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