Lina já foi Lara, tatuou cicatrizes após câncer nos testículos e enfrentou pobreza. Veja curiosidades sobre a vida dela

A cantora escreveu a palavra 'ela' na testa para que a mãe não errasse mais o pronome pelo qual ela gostaria de ser chamada Foto: Reprodução/Instagram

Com informações do O Globo

Primeira travesti a participar do “Big Brother Brasil”, Lina, conhecida artisticamente como Linn da Quebrada, tem uma vida repleta de curiosidades e uma trajetória de superação.

Lina nasceu na capital paulista, mas morou em Votuporanga e São José do Rio Preto, ambas em São Paulo. Começou a carreira como performer e cantora, no início da vida adulta, com parte de sua história contada no documentário “Bixa Travesty”, de 2018, disponível no Globoplay. O filme mostra Lina entre amigos e familiares relembrando acontecimentos importantes em sua jornada. Entre as pessoas que participam está a cantora Liniker, uma de suas melhores amigas e com quem morou por um tempo. Numa cena em que aparecem com a mãe de Lina, Lilian, elas lembram que mal tinham dinheiro para comer:

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“Hoje você vê forte, ‘rechonchuda’, o pessoal até pergunta se ela está tomando hormônio” – diz Lina sobre Liniker. — Mas, antes, eu já a vi magra, com a mãozinha gelada, comendo pizza do lixo. Era época de pobreza mesmo (…) A gente tinha três reais para comprar um pão ou um salgado do dia anterior para a gente comer e fazer aula”.

A mãe de Lina protagoniza um momento importante do filme quando se confunde e chama a filha de “ele”. Na época, a cantora ainda não tinha tatuado na testa a palavra “ela”, mas foi desde aquele momento que prometeu fazer o desenho. Esse episódio já foi lembrado por ela no “BBB” 22. No final do longa, ela aparece num estúdio de tatuagem.

A identidade de gênero de Lina e as dificuldades de ser reconhecida no feminino são os temas centrais da produção. Em vários momentos, a atriz e cantora ressalta o fato de que não precisaria ter uma aparência feminina para deixar de ser um homem, mas confessa que, constantemente, deseja ter um corpo mais dentro dos padrões de feminilidade aceitos pela sociedade.

— Eu queria que as pessoas olhassem para mim e vissem que eu não sou um homem, mesmo que elas não soubessem, exatamente, o que eu sou — diz ela. — Eles acham que a gente tem que virar a nossa cabeça e atender a essas expectativas. “Se você quer ser mulher, tenha peito. Se você quer ser mulher, não tenha barba. Se você quer ser mulher, seja magra”. Então, se você quer ser mulher, no mínimo, tem que atender às expectativas do que é ser mulher. E não, necessariamente, é assim. Mas às vezes, eu tenho essa vontade.

No ano passado, Lina deu passos importantes na construção de sua identidade: colocou silicone nos seios e mudou sua certidão de nascimento. Com isso, ela passou a se chamar, oficialmente, Lina Pereira. Antes de sua transição, no entanto, a cantora chegou a usar outro nome.

“Eu já fui muitas. Fui o Lino (seu nome de batismo). Eu gostava do Lino, ele era inocente. E com ele surgiu a Lara, quando eu tinha 17 anos. Só aparecia nas noites, ia para as festas e fazia umas coisas que o Lino não tinha coragem”.

A origem de outra tatuagem bem visível de Lina – os arranhões que tem no ombro – também é explicada no filme. Na ocasião, ela ainda não tinha feito o desenho, mas contou que estava nos seus planos eternizar as cicatrizes que adquiriu em seu tratamento contra um câncer de testículo, descoberto em 2014. 

“A pele ficou tão sensível que só de passar a mão arranhava, e ficaram essas marcas — conta ela, que registrou sua doença por meio de uma série de vídeos gravados durante a internação. Em um deles, ela surge arrancando seus cabelos, que caíram devido ao tratamento”.

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