Livro registra marcos da gestão de Sylvio Puga e Therezinha Fraxe na Ufam
Por: Marcela Leiros
08 de julho de 2025
MANAUS (AM) – Com quase 350 páginas, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) lança o livro que reúne os principais feitos da gestão de Sylvio Puga e Therezinha Fraxe à frente da reitoria da instituição, no período de 2017 a 2025. Produzida sob a coordenação da jornalista Ana Carla dos Santos Souza, a publicação foi editada pela Editora da Ufam (Edua), nas versões física e digital, e está disponível ao público.
Com o título “Gestão da Ufam: Lições sobre Inovação, Sustentabilidade, Inclusão e Isonomia”, o livro registra uma gestão marcada por desafios e decisões estratégicas, como a suspensão pioneira das atividades presenciais no início da pandemia de Covid-19, a primeira entre as universidades federais do País, e a superação de cortes orçamentários e contingenciamentos.
Apesar das adversidades, os indicadores institucionais evoluíram de forma significativa. A Ufam se destacou em rankings nacionais nos eixos de transparência, qualidade dos cursos, sustentabilidade e inclusão.

Atualmente, além do campus-sede da capital, Manaus, a Ufam está estruturada em outros cinco campi localizados nos municípios de Itacoatiara, Parintins, Coari, Benjamin Constant e Humaitá, onde são ofertados cursos alinhados às necessidades locais. São 23 unidades acadêmicas, sendo 13 faculdades, nove institutos e uma escola, locais com oferta de 120 cursos de graduação e 66 de pós-graduação, até o primeiro semestre de 2025.
A gestão de Puga e Fraxe teve início em julho de 2021 e encerrou-se em junho de 2025, com um trabalho de oferta de cursos superiores de excelência em todas as áreas do conhecimento, até a formalização de acordos com entidades públicas e privadas no Brasil e no exterior, cujo objetivo é intensificar o seu processo de internacionalização.
O professor Sylvio Puga destaca também as realizações da Ufam no eixo social, como a aprovação e criação da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Proae), em 2024, e a consolidação das políticas de inclusão e sustentabilidade como fundamentos transversais no cumprimento da missão universitária.
Outro destaque é o avanço da instituição para além do tripé “ensino, pesquisa e extensão“, que é sua base, para implementar iniciativas pioneiras em temáticas como governança e transparência administrativa, valorização dos povos originários da região, inclusão e assistência para o alunado da graduação e da pós-graduação, pesquisas com selo de inovação e apoio a projetos ambientalmente sustentáveis.

“O reconhecimento em rankings de transparência e inovação administrativa é o reflexo do esforço coletivo da comunidade acadêmica. Avançamos em pesquisas ambientalmente sustentáveis, fortalecemos parcerias estratégicas e ampliamos os investimentos em ciência e tecnologia”, ressalta Puga.
Ao analisar o segundo mandato como reitor, Sylvio Puga considera que a Ufam está mais forte, conectada e preparada para os desafios da Amazônia e do mundo, capaz de manter-se como farol de transformação e progresso. A elaboração do novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e a modernização dos regimentos da instituição são dois exemplos dos passos que dão forma ao compromisso da gestão com a evolução contínua.
“Em meio a um cenário de incertezas e mudanças, mantivemos o foco de oferecer uma educação de qualidade, garantindo a continuidade das atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação. Além disso, buscamos constantemente aprimorar processos e práticas, adaptando-nos a demandas emergentes e necessidades da comunidade acadêmica”, destaca o reitor.
Foco na inclusão
A vice-reitora Therezinha de Jesus Pinto Fraxe, com uma experiência de 38 anos no Amazonas, aceitou o desafio do cargo, ao lado de Puga, para acentuar a sua marca de conexão com o meio ambiente e fortalecer uma rede de saberes entre os diferentes campi, capaz de tornar a Universidade mais inclusiva, equitativa e amazônica.
“Nos últimos quatro anos, trabalhamos para fortalecer a identidade da Ufam como universidade inclusiva, inovadora e amazônica; criamos uma ampla rede de integração de conhecimentos em todo o Estado; e investimos em pesquisa e extensão que valorizam os povos originários e impulsionam a sustentabilidade, refletindo nosso compromisso com a ciência e o meio ambiente”, pontua Fraxe.

A vice-reitora sublinha os avanços, nesses quatro anos de gestão, nas áreas de inovação e empreendedorismo, com projetos de efetivo impacto regional e nacional. Um exemplo é o projeto de “Descarbonização e Valorização da Geobiodiversidade Amazônica”, única proposta de uma universidade federal a ter aprovados R$ 15 milhões em edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), na linha de Transição Energética.
“A Ufam de hoje é um exemplo de como tradição, inovação e inclusão podem caminhar juntas. Estou honrada por fazer parte de uma trajetória que transforma vidas e constrói futuros promissores na Amazônia”, afirma.
Graduação é o carro-chefe
Conforme a publicação, os cursos regulares em nível de graduação constituem-se no carro-chefe da Universidade e concentraram mais de 80% do quadro discente entre os anos de 2021 e 2024. Em termos absolutos, a média de matriculados nessa modalidade passou de 28 mil no período.
Na modalidade de Ensino à Distância, desenvolvido pelo Centro de Educação à Distância (CED), foram matriculadas uma média de 1.250 pessoas, no quadriênio. Nas licenciaturas interculturais indígenas, foram 1.056 participantes, de 2021 a 2023.
A Ufam oferece, ainda, cursos de formação de professores da rede pública, dentro do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Por ano, são matriculados, em média, 800 discentes, destaca o livro.
Diplomacia acadêmica
Dentre as várias frentes no campo da diplomacia acadêmica, a Ufam destaca o Programa Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) que recebeu, em 2021, ano da retomada das atividades após a pandemia de covid-19, 21 intercambistas de países como Camarões, Congo, Gabão, Gana, Haiti e República Democrática do Congo. Os estudantes participaram de atividades acadêmicas nos cursos de graduação em Agronomia, Direito, Engenharia de Petróleo e Gás, Medicina, Odontologia e Comunicação Social – Relações Públicas.

Foram desenvolvidas também parcerias com prestigiadas universidades internacionais, como a Accademia di Architettura dell’Università della Svizzera Italiana (USI) da Suíça, com o objetivo de promover a troca de saberes e integração internacional sobre arquitetura tropical e inclusão urbana.
Outro exemplo é a cooperação com uma das universidades mais prestigiadas do mundo em computação, University of Manchester, do Reino Unido, com foco no desenvolvimento de tecnologias seguras para sistemas embarcados e ciberfísicos, com uso de Inteligência Artificial (IA) e verificação formal Instituições envolvidas.
Com a École Supérieure D’Agricultures (ESA) da França, a Ufam promoveu a integração à rede France Agro 3, fortalecendo o ensino agrícola internacionalizado, e o intercâmbio de estudantes e docentes das Ciências Agrárias.
Ufam em números em quatro anos:
- seis campi
- 23 unidades acadêmicas
- 13 faculdades
- nove institutos e uma escola
- 120 cursos de graduação
- 66 cursos de pós-graduação
- 34 mil estudantes em média
- 3,5 mil servidores (administrativos e docentes)
- 148 acordos nacionais e internacionais
- 27.238 vagas ofertadas
- 20.434 ingressantes na graduação
- 6.788 diplomados em cursos de graduação