Lucro da Petrobras passa de R$ 100 bilhões e empresa anuncia mais R$ 37 bilhões em dividendos

Durante o ano passado, petroleira já havia anunciado a distribuição de R$ 63,4 bilhões a seus acionistas. FOTO: Reprodução

Com informações da Folha de São Paulo

Rio de Janeiro – No ano em que o consumidor brasileiro pagou preços recordes dos combustíveis, a Petrobras apresentou também o maior lucro de sua história, de R$ 106,6 bilhões. O resultado representa um crescimento de 1.400% em relação ao ano anterior.

Com o bom desempenho, a companhia anunciou a distribuição de mais R$ 37,3 bilhões em dividendos a seus acionistas, que já haviam recebido R$ 63,4 bilhões, em 2021, como retorno pelo lucro dos três primeiros trimestres.

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No quarto trimestre, a Petrobras registrou lucro de R$ 31,5 bilhões, queda de 47,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando reverteu perdas contábeis realizadas logo no início da pandemia.

Segundo a empresa, o lucro recorde de 2021 reflete a alta de 77% do preço do petróleo Brent, em reais, maiores volumes de venda no mercado interno e melhores margens na venda de combustíveis, além de reversão de perdas contábeis.

O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse que o resultado comprova que “uma empresa saudável e comprometida com a sociedade é capaz de crescer, investir, gerar empregos, pagar tributos e retornar dinheiro aos seus acionistas, contribuindo, efetivamente, para o desenvolvimento do País’.

Em nota, a companhia disse que a nova proposta de dividendos está em linha com sua política de remuneração aos acionistas, que prevê a distribuição de 60% da diferença entre o fluxo de caixa e os investimentos, agora que a dívida bruta está abaixo do piso de US$ 65 bilhões (R$ 325 bilhões, pela cotação atual).

Ao fim de 2021, a dívida bruta da empresa era de US$ 58,7 bilhões (R$ 293 bilhões, pela cotação da época). “O dividendo proposto é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia e está alinhado ao compromisso de geração de valor para os acionistas e para a sociedade”, afirmou a empresa.

No ano, os preços dos combustíveis nos postos brasileiros atingiram seus maiores valores desde o início da série histórica da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), em resposta à recuperação das cotações internacionais do petróleo e à desvalorização do real.

As vendas de combustíveis pela Petrobras cresceram 8,5% no ano, em relação a 2020, ano mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, chegando a 1,8 milhão de barris por dia. A produção de petróleo e gás, porém, caiu 2,2%, para 2,7 milhões de barris por dia.

Com petróleo e derivados mais caros, a Petrobras teve uma receita de R$ 452,7 bilhões, em 2021, alta de 66,4% em relação ao ano anterior. O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa, cresceu 64,1% para R$ 234,5 bilhões.

Com fortes impactos na inflação, a escalada dos preços dos combustíveis se tornou fonte de dor de cabeça para o presidente Jair Bolsonaro (PL) que tentou dividir a responsabilidade com governadores, depois passou a criticar a própria estatal e, por fim, tenta aprovar, no Congresso, a redução dos impostos sobre os produtos.

A política de preços da estatal, que acompanha de perto as cotações internacionais dos combustíveis, é alvo também de pré-candidatos à Presidência da República, como o líder das pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva, que fala em rever o modelo atual.

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