Luis Miranda afirma que recebeu oferta de propina para facilitar compra de vacina


30 de junho de 2021
O irmão de Miranda, que é servidor concursado do Ministério da Saúde, relatou pressões para a aprovação da vacina indiana Covaxin (Pablo Jacob/Agência O Globo)
O irmão de Miranda, que é servidor concursado do Ministério da Saúde, relatou pressões para a aprovação da vacina indiana Covaxin (Pablo Jacob/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, em entrevista à “Crusoé”, que recebeu uma proposta de propina para facilitar a compra de vacinas. De acordo com o Miranda, a sugestão foi feita pelo lobista Silvio Assis, após um jantar em sua casa que teria contado com a participação de outros parlamentares.

O irmão de Miranda, que é servidor concursado do Ministério da Saúde, relatou pressões para a aprovação da vacina indiana Covaxin. O deputado disse na entrevista que Assis não mencionou seu irmão.

“Na verdade, são jantares que acontecem com parlamentares. É normal um parlamentar ser chamado para eventos. Mas, da última vez que eu fui (à casa de Silvio Assis), na hora de ir embora o dono da casa me acompanhou até lá fora e usou uma expressão no seguinte sentido: “Deputado, ajuda a gente a fazer com que essas vacinas entrem aqui, e o senhor pode ter uma participação de 6 centavos de dólar por unidade”, disse Miranda na entrevista.

O deputado disse ter ameaçado dar voz de prisão ao lobista. “Eu olhei para a cara dele e falei: “Tá ficando maluco?”. Ele disse: “Calma, deputado”. Eu falei: “Cara, se você repetir isso eu te dou voz de prisão”. Ele olhou para mim de forma assustada e falou assim: “O que é isso, deputado? Você não entendeu. Eu não estou oferecendo para o deputado, estou oferecendo para o empresário”. Eu disse: “Nem para o empresário, amigo. É água e óleo. Na posição em que eu estou, como você quer que eu te ajude?”. E ele: “Não, deputado, esquece isso. Morreu o assunto”, afirmou.

A “Crusoé” questionou Miranda se ele considera que a oferta teria relação com uma reunião que o deputado e o seu irmão tiveram com o presidente Jair Bolsonaro, em março, para relatar suspeitas envolvendo a Covaxin. O deputado respondeu que não poderia “precisar” isso. A data do jantar não foi revelada.

“Não consigo precisar isso porque em nenhum momento ele fala em nome do presidente”, disse. Miranda diz que Assis “não tocou no nome” de seu irmão e que não pode dizer que imagina que o servidor era considerado um “obstáculo” para o negócio.

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