Mãe de Djidja Cardoso estimulava filha a usar cetamina: ‘Ela está ganhando poderes’

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – Vídeo divulgado no Programa Encontro, da Rede Globo, nesta segunda-feira, 3, mostra a ex-item do Boi Garantido Djidja Cardoso passando mal após usar cetamina. Ela é acompanhada pela mãe, Cleusimar Cardoso, que exalta: “Ela ‘tá’ ganhando poderes!“, afirma.

As imagens foram gravadas por Cleusimar. Djidja aparece de perfil, apoiada na pia de um banheiro, sem mover-se. Segundo a mãe da empresária, ela havia “dado três seringadas” de cetamina, medicamento injetado com auxílio de uma seringa.

“Espia, ela ‘tá’ ganhando poderes! Ela deu três seringadas e eu ‘tô’ gravando ela. Por quê tá aí?“, questiona ela à filha, que está estática. “A cetamina não faz mal pra ninguém. Porque falam mal da cetamina?“

Veja o vídeo:

Cleusimar e Djidja, assim como o irmão da ex-sinhazinha do Garantido, Ademar Cardoso, diziam participar de um grupo denominado “Pai, Mãe, Vida“, que ajudava na cura espiritual e de doenças. Segundo a polícia, tratava-se de uma seita que estimulava o uso de cetamina, medicamento analgésico comumente aplicado em animais de grande porte, como cavalos.

Para eles, os efeitos do medicamento eram um tipo de “meditação”. Áudio divulgado por um jornal mostra que Cleusimar não acreditou que a filha estava morta. Para ela, a empresária, que morreu na terça-feira, 28, iria retornar.

“Ô Cleomar, eu não vou ser a próxima coisíssima nenhuma, entendeu? O corpo não morre. Só não teriam que levar minha filha para abrirem ela. Mas não importa. Abriram a Fátima cheia de tumor e ela tá contando testemunho aí pra todo mundo lá em Parintins, entendeu? Quando não é a hora, não morre. E a DjiDja vai voltar, sim, basta orar”, revelou o material.

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Investigações

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) investiga a seita na qual o irmão de Djidja, Ademar Cardoso, era considerado “Jesus”, Cleusimar Cardoso era “Maria” e Djidja representava “Maria Madalena”, após a ex-item do Boi Garantido ser encontrada morta na residência dela, em Manaus.

Ademar Cardoso e Cleusimar Cardoso, irmão e mãe de Djidja, foram presos preventivamente na última quinta-feira, 30, por determinação do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Os funcionários do salão Belle Femme, administrado pela família, Verônica da Costa Seixas, Marlisson Vasconcelos Dantas e Claudiele Santos da Silva, também estão presos preventivamente.

Durante a “Operação Mandrágora“, os investigadores da PC-AM realizaram busca e apreensão tanto na residência dos envolvidos quanto na residência onde moravam. Em ambos os endereços foram encontrados frascos do medicamento cetamina, um anestésico usado principalmente em cavalos. Os agentes também apreenderam o livro “Cartas de Cristo”, usado pelo grupo.

A polícia ainda investiga se a avó de Djidja Cardoso foi submetida a alta dosagem da droga, que teria levado ao óbito da idosa. Maria Valentina de Jesus Cardoso, de 82 anos, morreu em junho do ano passado, no município de Parintins, a 369 quilômetros de Manaus.