Mãe solo, cirurgiã-dentista se destaca na área da saúde como empreendedora

Isabella Rabelo – Da Cenarium

MANAUS (AM) – Enfrentando uma jornada dupla, além de desafios que vão desde o preconceito até a falta de uma rede de apoio, mulheres que exercem a maternidade solo tem se inserido cada vez mais no mercado de trabalho brasileiro. É o caso da cirurgiã-dentista Jéssica Pantoja, de 29 anos, que se destaca através do empreendedorismo na área da saúde.

Graduada em Odontologia, Jéssica afirmou à CENARIUM que, por ter vivenciado de perto a divergência entre a saúde pública e privada, se empenhou na pós-graduação em saúde da família. Essa mesma motivação, foi o que fez com que surgisse a ideia de criar a Sanare, uma empresa com foco em solução completa em produtos e equipamentos hospitalares.

“Ao decorrer da formação, durante atendimentos clínicos, descobri a minha paixão pela saúde pública. Senti como uma missão, além de sentir o prazer reconfortante em poder dar realmente o devido atendimento humanizado e fazer com que aqueles serviços melhorassem”, declarou.

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Jéssica Pantoja, de 29 anos, empresária e empreendedora (Yasmin Siqueira/CENARIUM)

“Hoje a nossa missão é encontrar e partilhar a colaboração no sucesso em cada tratamento que a população busca, independente de classe social, aumentando a colaboração clínica nos resultados, laboratorial e operacionais. Uma das metas na qual tenho mais ânsia é a de poder implementar os princípios dos direitos humanos nas situações de adversidades diárias do ambiente hospitalar”, disse.

Mãe solo de Antonella, de 6 anos, a empreendedora destacou sobre como lida com o desafio de conciliar a vida profissional intensa com as responsabilidades da vida pessoal como mãe e mulher.

“É desafiador! Mas a maternidade me trouxe criatividade, autoconhecimento, resiliência, o poder de me adaptar e reinventar quantas vezes fosse necessário e uma força que, antes, eu desconhecia completamente. Trabalhar externo e manter a rotina da criança nos ensina a compreender as necessidades do próximo”, relatou.

A empresária Jéssica Pantoja e sua filha Antonella, de 4 anos (Arquivo Pessoal)

Jéssica afirmou que sua trajetória profissional exigiu, além de muita paciência e visão, que ela aprendesse a acreditar no seu negócio. A empresária deixou, ainda, conselhos para as pessoas que desejam seguir o mesmo caminho no empreendedorismo.

“É fundamental conseguir enxergar o que você quer construir, pois não se pode realizar algo que não se vê. Além disso, a determinação para colocar suas ideias em prática é crucial. Aprender a delegar é essencial, embora seja desafiador. Nada se faz sozinho e a colaboração é indispensável. O mercado exige que você demonstre potencial e que seus clientes percebam valor no que você oferece”, explicou.

Mercado de Trabalho

Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre os anos de 2012 e 2022, a quantidade de lares geridos por mães solo, ou seja, onde essas mulheres exercem o papel de chefe e sustento da casa, passou de 9,6 milhões para 11,3 milhões.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63% das mães solos brasileiras entre 15 e 60 anos possuem uma ocupação.

Apesar dos dados que apontam o crescimento do índice dessas mulheres no mercado de trabalho no Brasil, ainda há um grande caminho a percorrer através de medidas e políticas públicas para que esses espaços se tornem cada vez mais acessíveis e inclusivos.

Leia mais: Desafios das mães solo: barreiras para ingresso no mercado de trabalho
Editado por Jadson Lima
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