Maior exemplar do País, Pau-Brasil é encontrado e botânico estima que sua idade seja de 500 anos
11 de dezembro de 2020
Segundo o botânico Ricardo Cardim, a árvore foi registrada durante uma expedição e trata-se do maior registro da espécie do País (Divulgação/ Cássio Vasconcellos)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS – Uma árvore da espécie Pau-Brasil com estruturas gigantescas de 7,13 metros de circunferência e, possivelmente, mais de 500 anos, foi encontrada no assentamento Pau-Brasil, em Itamarajú, no Sul da Bahia. De acordo com o paisagista e botânico que revelou a descoberta, Ricardo Cardim, a árvore foi registrada durante uma expedição e trata-se do maior exemplar catalogado do País.
Nas redes sociais, Cardim, que já havia registrado uma outra árvore da espécie com 4,30 metros de circunferência também em Itamarajú, em 2018, considerada até então como a maior do Brasil, contou que exemplares do mesmo porte do Pau-Brasil são raro, pois os poucos sobreviventes no Brasil são jovens e pequenos.
“Descobrimos o maior Pau-Brasil do País. Uma árvore de proporções e aparente idade até então desconhecidas para a espécie. A árvore que batizou o País foi praticamente dizimada ao longo de cinco séculos de exploração predatória para produção de tintura vermelha e posteriormente arcos de violino. O Pau-Brasil desapareceu da Mata Atlântica, onde ocorre exclusivamente, e os poucos exemplares hoje sobreviventes são jovens e pequenos”, disse o botânico, em uma publicação no Instagram.
Original da Mata-Atlântica, o Pau-Brasil é uma árvore nativa brasileira que foi alvo de extração dos colonizadores portugueses por conta da alta qualidade de sua madeira, cujas amostras poderiam ser utilizadas para inúmeros fins, como a construção de móveis. A exploração da espécie também era bastante requisitada para produção de corante para tingir tecidos, levando-a a ser ameaçada de extinção.
Segundo o botânico Ricardo Cadim, desde a descoberta de 2018, não houve manifestações contrárias de que poderia existir outra árvore maior no País, até a registrada no dia 22 de novembro deste ano, com “proporções inacreditáveis”.
“Nossa expedição registrou junto aos moradores locais uma enorme, quase o dobro da atual campeã, uma árvore de proporções inacreditáveis e que não existe registros históricos ou atuais de maior”, disse o botânico. “Trata-se de descoberta inédita e importantíssima para a história, cultura e meio ambiente do Brasil. Uma árvore única e extremamente ameaçada e vulnerável, que precisa ser conhecida e divulgada como patrimônio mundial”, continuou.
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