Mais de 50 pontes no Pará têm risco estrutural, indica levantamento


Por: Fabyo Cruz*

24 de dezembro de 2024
Mais de 50 pontes no Pará têm risco estrutural, indica levantamento
Trecho da ponte sobre o Rio Moju, no Pará, desabou em 2019 (Reprodução/Agência Pará)

BELÉM (AM) – O desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa entre Tocantins e Maranhão, acendeu um alerta para a segurança de quem transita pelas rodovias nacionais. Dados levantados pela Folha de S. Paulo até maio de 2023, junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), apontam que 56 pontes no Pará se encontram em condições críticas ou ruins.

O número coloca o Pará entre os Estados com mais estruturas comprometidas. Além da unidade federativa, Ceará (77), Pernambuco (60) e Minas Gerais (59) também lideram a lista de pontes em situação crítica. O cenário reflete uma realidade nacional: mais de 12,5% das pontes federais administradas pelo órgão estão nessas condições.

A queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa entre Tocantins e Maranhão, no último domingo, 22, trouxe à tona a urgência de ações preventivas para evitar tragédias semelhantes. Classificada como “ruim” pelo Dnit, a ponte fazia parte de um contrato de manutenção do Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (Proarte), com reparos realizados entre 2021 e 2023.

Mesmo assim, o colapso resultou em quatro mortes confirmada, 13 desaparecidos e uma interrupção na ligação entre as regiões Nordeste e Norte. O Rio Tocantins também ficou contaminado, pois três caminhões com ácido sulfúrico, que estavam na ponte quando esta desabou, caíram na água.

Desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa entre Tocantins e Maranhão (Divulgação)

No Pará, as condições de infraestrutura se tornam ainda mais graves diante da importância das rodovias e pontes para o escoamento da produção agrícola, transporte de mercadorias e mobilidade de comunidades ribeirinhas.

Entre os problemas encontrados nas estruturas comprometidas, estão fissuras, falhas em fundações, desgaste em sistemas de drenagem e exposição de armaduras, problemas que exigem intervenções imediatas para evitar novos acidentes.

A tragédia no Tocantins não é um episódio isolado. Casos semelhantes ocorreram em 2022 no Amazonas, com o desabamento de duas pontes no município de Careiro da Várzea, provocando mortes e ferimentos. Após dois anos as estruturas ainda não foram revitalizadas.

Desabamento da ponte no Rio Curuçá, na BR-319, em 2022; até hoje ponte não foi reformada (Ívina Garcia/CENARIUM)
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Medidas emergenciais

O Dnit afirmou que, em maio de 2024, lançou um edital de R$ 13 milhões para a reabilitação da ponte Juscelino Kubitschek, mas a licitação foi considerada fracassada. A autarquia prometeu ações para evitar que situações semelhantes ocorram, mas críticas sobre a fiscalização e priorização de recursos permanecem.

No caso da ponte em Tocantins, o governo iniciou o transporte provisório por balsas entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) e informou rotas alternativas para veículos de carga.

(*) Com informações da Folhapress.

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