Mais de 70% rejeitam ataques políticos durante pandemia: ‘Impeachment é oportunismo’, diz deputada

Os nomes foram divulgados no Diário Legislativo desta segunda-feira, 25 (ALE/AM)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Uma pesquisa realizada pelo Instituto Perspectiva, Mercado e Opinião de como os moradores de Manaus reagem a aspectos da pandemia da Covid-19 apontou que 74% da população repudia ataques políticos nesse período conturbado. O estudo foi publicado no sábado, 2, e a coleta de dados foi realizada no período de 29 a 30 de abril, com pessoas que moram em Manaus (AM).

O percentual de 74% é a somatória do índice de 54% positivo para a pergunta se os “políticos são oportunistas” por usarem a pandemia para se autopromoverem em ano eleitoral, e 20% responderam “sim” para a questão se os responsáveis pelos ataques mostram que eles “não respeitam a tragédia vivenciada pela doença.”

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Dos entrevistados na capital amazonense, 52% eram do sexo feminino e 48%, do masculino. A margem de erro, segundo o estudo, é de 3,5% para mais ou para menos, com um grau de confiabilidade de 95%.

De acordo com a Perspectiva, isso significa que se fossem feitas 100 entrevistas com a mesma metodologia, 95 estariam dentro da margem de erro prevista.

O levantamento cita ainda que 12% dos entrevistados dizem que os ataques e os que usam a crise para campanha fazem parte da política brasileira. Outros 9% afirmaram que os políticos “estão corretos” e “é a profissão deles”. Os que não souberam o que dizer representaram 5% do total.

Oportunismo regional

A deputada Alessandra Campêlo (MDB) da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE/AM) foi uma das parlamentares que comentou o resultado da pesquisa do Instituto Perspectiva e citou como exemplo de “oportunismo em um momento difícil na Saúde do Estado”, o pedido de Impeachment do governador Wilson Lima (PSC).

O documento foi recebido na semana passada pelo presidente da ALE/AM, deputado Josué Neto (PRTB), opositor do governo no Parlamento e pré-candidato a prefeito de Manaus neste ano.

“Não é hora de politicagem. Impeachment, CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) ou qualquer coisa que tire o foco da luta contra a doença, isso é oportunismo!”, disse Alessandra em suas redes sociais, referindo-se ao combate à Covid-19, que assola países de todo o mundo, desenvolvidos ou não e países emergentes.

Em entrevista à REVISTA CENARIUM, a parlamentar enfatizou que qualquer ação que tire a atenção do objetivo mundial de salvar vidas é inoportuno. Para ela, o processo de impeachment neste momento é desumano.

Deputada Alessandra Campêlo sobre trabalho da Assembleia Legislativa do Amazonas: menos “politicagem” e mais fiscalização (Assessoria de Imprensa)

“Acredito que a fiscalização dos atos do Executivo, sim, deve ser constante. Eu, mesma, foco isso muito no meu mandato. Mas criar uma grave crise política com processo de Impeachment neste momento, em que uma hora pode fazer a diferença entre uma pessoa viver ou morrer ultrapassa o oportunismo, é desumano”, afirmou a parlamentar.

Entrevistados pela empresa Perspectiva acreditam que 54% dos ataques políticos durante a pandemia são “oportunistas e desqualificados” e outros 20% “não respeitam a tragédia em que vivemos” (Reprodução)

Perfil dos entrevistados

Durante o levantamento, o Instituto Perspectiva entrevistou um público com faixa etária variada, distribuída entre 19% de pessoas entre 16 a 24 anos, 25% de 25 a 34 anos, 32% com idade superior a 45 anos.

A escolaridade dos entrevistados foi dividida em três grupos: 22% (analfabeto, lê e escreve, ensino fundamental incompleto e completo), 53% (ensino médio incompleto e completo) e 25% (ensino superior incompleto e completo).

Retorno das atividades

O instituto, também, avaliou a opinião da população sobre a volta gradativa das atividades comerciais, escolares e empresariais no mês de maio deste ano, mesmo que isso aumente o número de infectados e de óbitos pela doença. O resultado mostra que 49% dos entrevistados responderam que concordam com o retorno, desses 29% afirmaram que o ato deve acontecer com os cuidados que outros países estão tomando, outros 20% que “é melhor salvar a renda e o emprego do que ter algumas mortes inevitáveis.”

Os que responderam “não”, representam 42%, sendo 18% os que afirmaram que o retorno deve esperar ao menos mais o mês; 17% os que não concordam com o ato enquanto houver 100% de ocupação nas unidades de saúde e 7%, os que disseram que o isolamento social deve ser mais rígido.

A possibilidade de Manaus passar por uma nova pandemia daqui a um ano, também, foi questionada na pesquisa da Perspectiva. O resultado apontou que 59% acreditam que “talvez volte”; 29% disseram que deve voltar “sim “e 12% não souberam responder.

Confira a pesquisa da Perspectiva na íntegra:

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