Mais de seis milhões de testes de Covid-19 armazenados perdem validade em dezembro

Governo comprou o material por R$ 290 milhões (Prakash Mathema/ AFP)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – O Ministério da Saúde tem estocado 6,8 milhões de testes RT-PCR, considerados o “padrão ouro” para diagnosticar a Covid-19, com prazo de validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021. A iminência de os exames terem de ser descartados, devido ao prazo de validade próximo, foi revelado pelo Estado de S. Paulo neste domingo.

O ritmo de testagem no Brasil está aquém da meta traçada pelo Ministério da Saúde, de aplicar 42,6 milhões de testes PCR até o fim deste ano. Até agora, foram processados apenas 5 milhões, ou 20% da meta, de um total de 9,3 milhões de kits distribuídos aos laboratórios públicos do País.

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Para piorar, o ritmo de testagem vem caindo desde setembro. Mantida a quantidade média de testes processados, o País só atingirá a meta de 42,6 milhões de exames feitos em agosto de 2022, conforme mostrou o GLOBO.

Em nota, o Ministério da Saúde não aponta o número de testes com validade próxima, mas afirma que a empresa Seegene, fornecedora do produto, já está em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o envio dos estudos de “estabilidade estendida” dos testes que a pasta tem em estoque. Ou seja, uma ampliação do prazo de validade com garantia de que o exame não perdeu as propriedades de segurança.

O Ministério diz ainda que o mesmo ocorreu com outros lotes de testes utilizados em outros países. “Esses estudos (de estabilidade estendida) serão analisados pela Anvisa, que é a agência que concede o registro de utilização do produto. Uma vez concedido esse parecer técnico, o Ministério da Saúde elaborará uma nota informativa quanto à extensão da validade e segurança da utilização dos testes”, afirma na nota.

A pasta destacou ainda que distribui os testes “de acordo com as demandas dos estados” e que “se mantém à disposição dos entes para dar suporte às ações de monitoramento, diagnóstico, tratamento e acompanhamentos dos casos, além de incentivar as ações de prevenção e assistência precoce nos serviços de saúde do SUS”. Informa ter criado quatro plataformas de alta testagem para dar suporte laboratorial aos estados e municípios quando a capacidade de produção dos laboratórios estaduais chegasse ao seu limite.

Estados e municípios, por sua vez, reclamam desde o início da pandemia de falta de outros materiais necessários para fazer os testes, como reagentes de extração de RNA (material genético do vírus), swabs (cotonetes grandes usados para colher a amostra), tubos e máquinas de automação dos processos. Exceto esse último item, os demais tiveram sua distribuição regularizada somente em agosto, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde.

“A pasta ressalta que nenhum teste de RT-PCR perdeu sua validade e os mesmos estão prontos para serem utilizados conforme demanda dos estados e municípios, em consonância com a gestão do SUS, que é tripartite”, destaca a nota do Ministério da Saúde.

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