Mama Di African Clothes: marca criada por nordestina é impulsionada no SPFW

Mama Di African Clothes passou por uma série de imersões para o desenvolvimento de uma coleção cápsula. (Reprodução/Divulgação)

Com informações do Portal Alma Preta

A Marisa, maior rede de moda feminina e lingerie do Brasil, marca presença como patrocinadora do São Paulo Fashion Week N52 (SPFW), o maior evento de moda do Brasil e o mais importante da América Latina. Com a missão de fomentar o empreendedorismo feminino, a Marisa escolheu a marca Mama Di African Clothes, uma das selecionadas pelo Festival SPFW + Regeneração, que reúne ações inclusivas, sustentáveis e culturais.

A marca paulistana foi escolhida para passar por um processo de imersões e workshops para o desenvolvimento de uma coleção cápsula,  apresentada no evento como um desfile virtual, no formato de fashion film. No final do projeto, a Mama Di African Clothes recebeu um prêmio substancial para acelerar o próprio negócio. Todas as etapas do processo criativo foram registradas em um minidocumentário, veiculado nas redes sociais da Marisa.

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A escolha pela Mama Di African Clothes, entre as dezenas de marcas selecionadas pela SPFW, se deu por ser um negócio idealizado por uma mulher, em sinergia com o objetivo da Marisa de estimular o protagonismo feminino. O projeto #BemEmpreendedoras iniciou com uma jornada de workshops na sede da empresa, na Barra Funda, onde a responsável pela Mama Di African, a costureira Diane Ferreira e seu filho Greyfus Romualdo, passaram por uma verdadeira imersão dentro do universo de Marisa na companhia de três mentores especiais – a estilista Juliana Jabour, o idealizador e diretor criativo do SPFW, Paulo Borges, e a head de estilo da Companhia, Andrea Iha.

Jornada

A maratona de criatividade e empreendedorismo realizada durante o mês de outubro contou com workshops sobre o processo de desenvolvimento de uma coleção do início ao fim. Após a imersão, a Mama Di African Clothes recebeu o desafio de criar uma coleção cápsula.

Marisa convidou Diane e seu filho Greyfus para uma jornada de cinco dias dentro de seu departamento de estilo e criação, onde criaram a coleção cápsula que será apresentada na forma de um fashion film, em um desfile virtual transmitido nas redes do SPFW, além de em um telão montado no espaço da marca dentro do evento.

Todas as etapas do processo criativo foram registradas em um minidocumentário que também será veiculado no Instagram e no YouTube da Marisa. Nesta edição, o SPFW ocupa o Pavilhão das Culturas Brasileiras do Parque Ibirapuera, de 17 a 20 de novembro.

“Muito além das passarelas, o SPFW é hoje um festival de conhecimento, inovação, sustentabilidade e empreendedorismo. Para a Marisa, como marca que coloca a mulher no centro de tudo, é uma honra atuar como parceira do Festival e participar ativamente com estímulo a novos projetos, principalmente aqueles que orbitam no universo feminino. Estamos apoiando uma entre as milhares de mulheres que atuam em todas as etapas do processo de desenvolvimento dos produtos, fazendo a indústria da moda acontecer nos quatro cantos do país”, explica Andrea Iha, head de estilo da Marisa.

Valorização

O objetivo do projeto #BemEmpreendedoras é valorizar a jornada criativa e enriquecer a exposição da marca dos empreendedores selecionados, com a exibição do desfile virtual e o making-of do processo de criação das peças. Com o desafio concluído, os empreendedores receberam um prêmio em dinheiro para investir no próprio negócio. A iniciativa contou com a parceria das empresas Sun Special, que cedeu o maquinário, e da Tex Prima, que cedeu os tecidos.

“Participar do projeto foi uma grande surpresa. Com as dificuldades enfrentadas durante a pandemia, estávamos sem esperanças de conseguir alavancar a nossa marca. Agora, poderemos retomar o sonho de seguir em frente e crescer. Estou me planejando para fazer novos cursos e me especializar, cada vez mais. A nossa coleção em parceria com a Marisa está incrível”, conta Diane Ferreira, idealizadora da Mama Di African Clothes.

Segundo a estilista Juliana Jabour, mentora especialmente convidada para integrar o projeto, todo o processo procurou valorizar a proposta de moda e os pilares de estilo da marca dos empreendedores selecionados, preservando o DNA da Mama Di African Clothes, como a ancestralidade presente nas estampas dos tecidos. “Procuramos potencializar a criação da Mama Di, usando nosso expertise para a criação de uma coleção pronta para figurar entre os melhores desfiles da temporada de moda”.

O estímulo ao protagonismo feminino tem sido trabalhado pela Marisa em iniciativas de empreendedorismo como uma ferramenta de empoderamento. Em 2020, a rede lançou a plataforma “Sou Sócia”, que permite que as mulheres se tornem vendedoras virtuais do portfólio de produtos do e-commerce da marca. Neste ano, a rede fechou uma parceria com a Distrito, plataforma de inovação aberta, e a startup B2Mamy, de onde nasceu o Female Scale, primeiro programa de aceleração voltado especificamente a startups fundadas por mulheres.

Para Diane Ferreira, a marca carrega um conceito de ancestralidade e contemporaneidade: “Utilizamos o que há de mais atual no mundo da moda, mas sem perder a sua essência, respeitando e valorizando a história e a cultura afro-brasileira e africana.

Nosso processo criativo é intuitivo e funciona de maneira visceral, de mãe para filho. Isso nos proporciona diversos conflitos e conversações, o que nos leva ao desenvolvimento de nossas criações, transformando tecidos em obras de arte. A Mama Di African Clothes compreende que sua moda não é somente fashionismo, é também um ato político, expressando a existência, resistência e a representatividade do povo preto. Então, podemos dizer que a Mama Di African Clothes é moda, arte, cultura e mais uma voz que grita dentre milhões que lutam contra o preconceito, discriminação e o racismo estrutural que existe em nossa sociedade”.

Mama Di African Clothes

A marca nasceu em 2019, criada pela costureira pernambucana Diane Ferreira e seu filho Greyfus Romualdo. Diane, que atuava como modelista, tornou-se figurinista de escolas de samba de São Paulo, na década de 1980 e a conexão com o carnaval também a aproximou do teatro, para onde desenvolveu figurinos; Greyfus é pedagogo, estilista e produtor cultural. Ainda na infância, trabalhou junto com a mãe na confecção de fantasias de carnaval, tornando-se carnavalesco, figurinista e produtor de espetáculos de dança.

O nome da marca é uma homenagem à Diane e à ancestralidade da família. Após o sucesso de seu primeiro desfile, em 2019, novas propostas vieram, mas, por causa da pandemia, todos os eventos foram cancelados e, sem recursos, mãe e filho ficaram impossibilitados de dar continuidade ao desenvolvimento do projeto.

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