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Manaus e Brasília têm manifestações contra Reforma Administrativa e a favor do impeachment de Bolsonaro
Os atos reuniram movimentos sociais, sindicais, servidores públicos, estudantes e políticos (Bruno Pacheco/Cenarium)
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02 de outubro de 2021
Bruno Pacheco e Cassandra Castro – Da Cenarium
MANAUS – Com baixa adesão, manifestantes foram às ruas, neste sábado, 2, na Praça da Saudade, no Centro de Manaus, pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) e protestar contra a fome. Em Brasília, por outro lado, centenas de manifestantes se reuniram na Esplanada dos Ministérios, em um movimento que, assim como na capital amazonense, reuniu movimentos sociais, sindicais, servidores públicos, estudantes e políticos, protestando também contra a reforma administrativa (PEC 32) que tramita no Congresso Nacional.
A Reforma Administrativa tem sido alvo de muita polêmica e enfrenta dificuldades para conseguir emplacar no Congresso. Na capital federal, entidades sindicais como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), e partidos como PCdoB, PSB, PDT e PT, estavam à frente da manifestação que se concentrou em frente ao Museu Nacional, de onde saíram em caminhada.
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Aos gritos de “fora Bolsonaro”, “vida, pão, vacina e educação” e exibindo faixas e cartazes contra o presidente e a favor da educação, o protesto começou por volta das 15h, na capital amazonense. A ideia do grupo era percorrer as ruas do Centro até a Praça do Congresso, mas o ato encerrou menos de 1h30 depois por conta de uma forte chuva que atingiu a capital. Cerca de 300 pessoas compareceram à manifestação.
A manifestação se junta aos protestos realizados contra Bolsonaro pelo País. Para a militante representante da Associação Nacional de Pós-Graduandos e estudante de doutorado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Priscila Duarte, não é possível que o presidente continue no poder, uma vez que o governo não apresenta uma solução para as crises que a população enfrenta atualmente.
“Voltamos às ruas para pedir o fora Bolsonaro, o impeachment de Bolsonaro, porque entendemos que não dá mais para ele continuar no poder, uma vez que o governo dele só traz fome, miséria e desemprego para o nosso País. Uma vez que o governante não apresenta uma saída que seja benéfica para o povo, a gente acha que é o momento dele sair”, comentou a militante.
Priscila chama a atenção para a falta de investimento para a pesquisa científica no Brasil. Segundo ela, falta recursos para que o pesquisador exerça sua função.
“Estamos vivendo à beira de um apagão. Falta recurso para que o pesquisador, que é um dos profissionais mais bem capacitados, possa exercer a sua pesquisa. Há um sucateamento das universidades e dos centros de pesquisa. Um país que não investe em educação, ciência e tecnologia, não está preocupado com o bem-estar do seu povo. Logo, nós voltamos às ruas para dizer Fora Bolsonaro!”, reforçou a jovem.
Fome
A ex-senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), que compareceu ao ato neste sábado, 2, em Manaus, afirma que o Brasil não pode mais continuar na situação em que está de extrema pobreza. Ela lembra do episódio que aconteceu no Rio de Janeiro, em que um caminhão com restos de carne e ossos, no bairro Glória, foi disputado por moradores que têm fome e não possuem dinheiro suficiente para comprar alimento.
“O Brasil voltou para o mapa da fome e, além disso, estamos vendo um processo de dilapidação do nosso patrimônio. Quando a gente fala Fora Bolsonaro, é porque é ele quem está levando a gente para esse caminho e são manifestações mais do que necessárias”, pontuou Grazziotin.
Para o pré-candidato ao governo do Amazonas nas eleições em 2022, Marcelo Amil (Psol), o Brasil tem diversas pautas que são fundamentais para a existência enquanto civilização, como o combate à reforma administrativa e as políticas fiscais.
“É inadmissível o Paulo Guedes sendo elogiado em supermercado, quando você tem seres humanos em açougues buscando resto de osso que seria descartado para comer. Tudo isso descamba numa pauta só, que é o fora Bolsonaro. Apoiamos essa pauta e entendemos que isso é necessário para o Brasil voltar a ser um País civilizado”, comentou.
Reforma administrativa
Apelidada pelos servidores públicos de “PEC da Rachadinha”, por entenderem que a medida pode facilitar a corrupção para políticos e governantes, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, ou Reforma Administrativa, é um projeto enviado pelo governo Bolsonaro que muda regras para os funcionários públicos, como o fim da estabilidade e extinção de promoções automáticas e diversos benefícios.
“A PEC prevê a possibilidade de nomeação para cargos, dentro das instituições federais, de pessoas que não são concursadas e isso vai criar aquilo que tem acontecido em vários gabinetes de políticos: a pessoa recebe e devolve parte do dinheiro para quem arrumou emprego para ela. Então, a gente apelida de PEC da Rachadinha”, reforçou o servidor público Eurico Souza, coordenador-geral do Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica e Profissional e Tecnológica (Sinasefe).
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