Manaus registra recorde de internações por Covid-19 desde o pico da pandemia

Foram totalizadas 112 novas internações, número mais alto registrado, ultrapassando o colapso na rede de saúde. (Chico Batata)

Victória Sales – Da Revista Cenarium

MANAUS – Nesta terça-feira, 29, Manaus registrou recorde no número de internações diárias causadas pelo novo Coronavírus. De acordo com o boletim epidemiológico foram totalizadas 112 novas internações, número mais alto registrado, ultrapassando o colapso na rede de saúde, vivida entre abril e maio.

A Fundação de Vigilância e Saúde (FVS-AM) divulgou 1.447 novos casos confirmados em 24 horas, sendo 15 mortes. Atualmente, cerca de 700 pessoas encontram-se internadas. A última vez que Manaus registrou o maior número foi no dia 4 de maio, o qual foi apontado 100 internações pela doença.

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Dos 11 hospitais particulares da capital, sete já estão com vagas nas Unidades de Terapia Intensivas (UTI) esgotadas. A informação foi repassada pelo governo do Estado, na segunda-feira, 28.  O aumento no número de internações elevou para 28,9% somente em dezembro. Durante os primeiros 26 dias do mesmo mês foram registrados 884 pacientes hospitalizados, o qual, no mesmo período no mês anterior, obteve 686 pacientes.

O governo do Estado informou que a taxa de ocupação do hospital de referência para o tratamento da doença, Delphina Aziz, está se aproximando de 100%. No último dia 26 de dezembro, o governo emitiu um decreto que proibia a abertura do comércio em geral, o qual levava em consideração o número de casos e a capacidade de internações nos hospitais.

No entanto, a população foi às ruas no último sábado, 26, por meio de manifestações, pedindo pela revogação do decreto. Os manifestantes atearam fogo em diversas partes da cidade. O governador convocou uma reunião de emergência com empresários e revogou o decreto na madrugada do dia 27.

Abertura do comércio

O Governo do Amazonas chegou a emitir um decreto que proibia a abertura de atividades não essenciais em todo o estado, a partir do dia 26. O documento levava em consideração o aumento no número de casos da doença no Amazonas. No entanto, o primeiro dia de vigor da medida foi marcado por protestos e manifestações em toda a cidade.

Pela manhã, uma multidão se reuniu em protesto, no Centro de Manaus, pedindo a reabertura das atividades. Já pela parte da noite, manifestantes atearam fogo em entulhos, na Avenida André Araújo. A polícia chegou a isolar o entorno da casa do governador Wilson Lima após protestantes ameaçarem depredar o local.

Para o portal G1, pesquisador da Fiocruz, Jesem Orellana, diz que a medida foi humanitária, mas pode causar um agravamento na crise pandêmica no estado. “O retorno dessas atividades é muito mais um retorno do ponto de vista humanitário, do que do ponto de vista sanitário. Não pode ser baseado em critérios sanitários e nem epidemiológicos. Só tem a explicação econômica e de sobrevivência desse segmento”, declarou, na época.

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