Manaus registra recorde de temperatura pelo segundo dia consecutivo em 2024


Por: Giuliana Fletcher

18 de setembro de 2024
A cidade de Manaus e o sol (Paulo Dutra/CENARIUM)
A cidade de Manaus e o sol (Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – A capital amazonense registrou nesta quarta-feira, 18, pelo segundo dia consecutivo, um recorde de temperatura para este ano com a máxima alcançando 39°C. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o recorde do ano foi registrado por volta de 15 horas, quando os termômetros superaram os registros de terça-feira, 17, data em que a capital atingiu a máxima de 38,4ºC.

À CENARIUM, o meteorologista e pesquisador da Labclim, o Dr. Leonardo Vergasta, afirmou que o aquecimento anômalo do Oceano Atlântico Tropical Norte é um dos fatores que tem provocado o aumento da temperatura na região. Para ele, o fenômeno deve ser prolongado e durar até o mês de novembro.

“A situação do Atlântico Tropical Norte é um dos fatores que está contribuindo para elevação das temperaturas observadas e dos baixos volumes de precipitação em Manaus, no interior do Amazonas e outros estados como Roraima e Acre. Nós ainda veremos a prolongação desse aquecimento nos meses de outubro e novembro, o que é preocupante.”, disse o especialista.

Dados do Boletim Prognóstico Sazonal Hidroclimático do Amazonas apontam que o Estado deve seguir com ondas de calor intenso e baixos níveis de chuvas até o final de outubro. Os índices foram divulgados elaborados pelo Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre (Labclim), da Universidade do Amazonas (UEA), e divulgados nessa terça-feira, 17.

Anomalia de temperatura para os meses de setembro a dezembro. (Divulgação/Labclim)

O fenômeno citado trata-se da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que está posicionada mais ao Norte do que o padrão climatológico normal. Isso faz com que uma faixa de nuvens, que costuma trazer chuva para a Amazônia, se desloque longe da região. Além disso, a configuração de anomalias positivas de temperatura ao Norte e negativas ao Sul também contribui para o atraso do início das chuvas na região.

Nessa terça-feira, 17, a capital amazonense registrou o dia mais quente do ano, chegando a 38,4ºC, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). De acordo com os dados divulgados no boletim, as próximas duas semanas serão de calor intenso com apontamentos de normalidade apenas no início de novembro.

Seca na Amazônia

Na capital de Rondônia, Porto Velho (RO), o Rio Madeira atingiu o menor nível registrado desde 1967, com cota de 41 centímetros, no último sábado, 14, segundo o Sistema Geológico Brasileiro (SGB). Leonardo Vergasta destacou que a diminuição continuará descendo: “Veremos essa diminuição até a primeira quinzena do mês de outubro. A expectativa é que a partir da segunda quinzena, já veremos uma subida gradativa“, afirmou.

Demonstrativo da situação do Rio Madeira, em Humaitá, que apresentou um declínio médio diário de 3 cm no mês de setembro e níveis baixos para este período do ano. (Divulgação/Labclim)

Conforme dados do boletim, a diminuição de recorrência de chuvas, vai continuar impactando o nível de água de rios, como o Rio Negro, Solimões, Purus e Juruá, que já estão com níveis muito baixos, podendo atingir os menores valores históricos, assim como o Rio Madeira.

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Editado por Jadson Lima

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