Manaus soma 123 mortes no trânsito até junho; Zona Leste lidera registros
Por: Ana Pastana
21 de julho de 2025
MANAUS (AM) – Entre o período de janeiro a junho de 2025, 123 pessoas morreram no trânsito de Manaus (AM), de acordo com o especialista em mobilidade urbana Manoel Paiva, que realiza o monitoramento com base em dados do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana e do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM). Os números representam uma diminuição de -19,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando registrou 153 vítimas.
Em janeiro, a capital amazonense registrou 15 vítimas fatais, já em fevereiro, esse número diminuiu para 14. Até 31 de março, foram 22 vítimas. No mês de abril, 24 vítimas perderam a vida. O mês de maio registrou o maior número de acidentes fatais, com 28 pessoas, seguido de junho, com um total de 20 mortes.
Ainda de acordo com o especialista, as vias que mais registraram acidentes com vítimas fatais em Manaus foram:
A Zona Leste de Manaus representa 24% (28) do total de acidentes de trânsito com vítimas fatais, em seguida aparece a Zona Norte com 22% (25), logo atrás a Zona Oeste com 19% (22). A Zona Sul aparece com 16% (19), Centro-Sul com 13% (14), a Zona Centro-Oeste com 6% e oito casos não foram informados.
Vítimas
Os motociclistas foram as maiores vítimas fatais de janeiro a junho deste ano, aponta o levantamento feito pelo especialista. Ao todo, 58 motociclistas perderam a vida em acidentes de trânsito em Manaus, correspondendo a 47% do total das vítimas registradas (123). Em comparação ao mesmo período do ano anterior, os números representam uma queda de -19,4% (72 vítimas fatais registradas em 2024 no mesmo período).
O número de pedestres vítimas de acidentes fatais também chama atenção. Um total de 48 pessoas morreu no trânsito da capital amazonense, o equivalente a 39% do total de vítimas registradas. O número representa um aumento de 11,6% em comparação ao mesmo mês do ano anterior quando registrou 43 pedestres como vítimas fatais de acidentes de trânsito.
Ao todo, os dois grupos representam 86% do total de vítimas fatais em acidentes de trânsito registrado em Manaus. Em relação a passageiros de veículos e motocicletas, os números apontam que 13 vítimas fatais em acidentes de trânsito foram registrados de janeiro a junho de 2025. Nesse mesmo período do ano passado, o número era de 15%, o que representa uma queda de -13,3%.
O que diz o especialista
Segundo Manoel Paiva, a falta de transporte coletivo de qualidade e mobilidade urbana impacta diretamente no número de acidentes de trânsito e vítimas fatais em Manaus. Além disso, essa ausência também reflete no número de veículos na capital manauara que já ultrapassa a marca de um milhão.
“A qualidade do transporte coletivo urbano não tem oferecido nenhum atrativo operacional, financeiro e de serviços, que provoque a volta de mais de 30% da população cativa desse modal que abandonou esse serviço a partir da pandemia (2020/2021). Não oferece segurança, conforto, credibilidade, confiança, logo, o serviço de transporte coletivo urbano, está cada vez menos utilizado por centenas de pessoas que se sujeitam a pagar o equivalente a tarifa pública atual para utilizarem os ‘aplicativos de motociclistas’, mesmo correndo riscos de acidentes“, disse.
Em junho deste ano, o Amazonas já alcançou a marca de 1.277.116 veículos registrados. Só em Manaus esse número é de 1.013.116 veículos automotores, de acordo com o Departamento de Trânsito do Amazonas (Detran-AM). Ainda segundo os dados, do total, 939.738 são para transporte individual de passageiro na capital.
Até junho de 2025, no Amazonas foram registrados 645.484 automóveis, sendo 597.138 só na capital, o que corresponde 80% do total. Já motocicletas são 548.078 registradas no Estado, sendo 342.599 em Manaus. Caminhão são 51.093 no Estado, sendo 44.524 na capital amazonense. Ônibus corresponde a 26.231 no Amazonas, sendo 23.472 só em Manaus.
“Temos que priorizar o transporte coletivo de pessoas, é mais seguro, mais barato, mais sustentável, mais amigável a nossa cidade, mais racional e muito mais inclusivo. Essa é a única saída, pois foi dessa maneira que todas as cidades do mundo resolveram seus graves problemas de trânsito, adotando o modelo de mobilidade coletiva, integrada, sustentável, acessível e inclusiva“, declarou.
Municípios
De acordo com Registro Nacional de Sinistros e Estatísticas de Trânsito (Renaest) do Detran-AM, os municípios de Manaus (342.599), Itacoatiara (25.110), Parintins (24.827), Manacapuru (18.497), Tefé (14.662), Coari (13.163), Humaitá (10.373), Tabatinga (10.938), Iranduba (6.974) e Presidente Figueiredo (4.618) são os municípios que mais registram motocicletas nas respectivas cidades.