Manaus tem 17 bairros em alta vulnerabilidade para doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

O mosquito Aedes aegypti é responsável pela transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya (Reprodução/Pixabay)
Diovana Rodrigues – Da Revista Cenarium

MANAUS – Dezessete bairros de Manaus mostram alta vulnerabilidade em doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya. Isso foi o que apontou o 1º Diagnóstico de Infestação de 2022 da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), divulgado nessa terça-feira, 3. À CENARIUM, o infectologista Nelson Barbosa indicou que os dados revelam “uma situação preocupante”.

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“O dado revela uma situação preocupante, porque nós estamos no período chuvoso e qualquer quantidade de água numa tampa de refrigerante, de cerveja, pneu, lata no quintal, em pratos ou nas flores pode ser um meio para que o Aedes aegypti venha proliferar”, disse ele, que também é médico assistencial da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD).

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Os bairros com alta vulnerabilidade são: Petrópolis, Japiim e Betânia, na zona Sul; Alvorada, Compensa, Redenção, Dom Pedro, Lírio do Vale, Nova Esperança, Planalto e São Jorge, na zona Oeste; Cidade Nova e Aleixo, na zona Norte; e Jorge Teixeira, São José, Coroado e Armando Mendes, na zona Leste. O índice de Infestação Predial foi de 2,5, em novembro do ano passado, para 2,2%, o que demonstra um valor de médio risco.

O especialista avalia ainda que os dados apresentados são alarmantes e questiona sobre a facilidade de controle das doenças. “Agora, é uma doença de fácil controle. Por que? Porque se você cuida do seu lixo e cuida do seu quintal, você não tem dengue, você afasta essa doença. Então, o que deve ser feito? As pessoas têm que ter responsabilidade”, diz.

O infectologista Nelson Barbosa revela que os dados demonstram uma situação preocupante.
(Arquivo Pessoal.)

Média e baixa vulnerabilidade

O levantamento analisou 26.502 residências, selecionadas por amostragem, nos 63 bairros de Manaus, e identificou 29 tipificados como de média vulnerabilidade, são eles: Parque 10, Flores, Vila Buriti, Nossa Senhora de Aparecida, Centro, Praça 14, Chapada, Cachoeirinha, Presidente Vargas, Educandos, Colônia Oliveira Machado, Raiz, Aleixo e São Lázaro, na zona Sul; Tarumã Açu, Santo Agostinho, Bairro da Paz, Vila da Prata, Santo Antônio e São Raimundo, na Zona Oeste; Cidade de Deus, Colônia Terra Nova e Monte das Oliveiras, na Zona Norte -; e Tancredo Neves, Colônia Antônio Aleixo, Zumbi, Mauazinho, Puraquequara e Gilberto Mestrinho, na Zona Leste.

A visita domiciliar de agentes de controle de endemias e agentes comunitários de saúde teve como principais objetivos a identificação e coleta de formas imaturas (larvas) do mosquito, além da eliminação e tratamento dos possíveis criadouros do agente transmissor.

Aqueles com baixa vulnerabilidade são: Distrito Industrial 1, Morro da Liberdade, Adrianópolis, Nossa Senhora das Graças, São Francisco, Crespo, Santa Luzia e São Geraldo, na Zona Sul; Glória, Tarumã e Ponta Negra, na Zona Oeste; Colônia Santo Antônio, Novo Israel, Nova Cidade, Santa Etelvina e Lago Azul, na Zona Norte; Distrito Industrial 2, na Zona Leste.

O relatório mostrou ainda que os recipientes mais comuns para proliferação do mosquito são: o do tipo D2, como o lixo, garrafas, latas e ferro-velho (com 37,5%); tipo A2 de armazenamento de água para consumo em nível de solo, como tambores, tonéis ou camburões, barris e tinas (com 25,9%); tipo B, conhecidos como móveis, representam os vasos, frascos com água, pratos e bebedouros (com 23,1%).

Confira abaixo o número de casos da doença em comparativo de janeiro a março de 2022 com o mesmo período no ano passado:

Tabela de casos de doenças causadas pelo mosquito.
Distribuição: Thiago Alencar/ CENARIUM

Prevenção ao Aedes aegypti

Nelson Barbosa lembrou ainda que a prevenção é a melhor forma de se combater a doença e pontuou quais ações devem ser tomadas para evitar a proliferação do Aedes aegypti.

“É uma doença que você consegue controlar desde que todos da comunidade hajam corretamente, eliminando o seu lixo, colocando as garrafas de boca para baixo, tirando essas tampas, latas e pneus, porque é neles que acumulam água e prolifera a dengue”, concluiu o infectologista.

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