Manifestantes protestam contra racismo e violência a mulheres em frente à loja de material de construção em Manaus

no ano em que parece que o país acordou para a desigualdade racial, em protestos, nas urnas, na imprensa e nas redes sociais, os negros seguiram, mesmo em meio a pandemia, como os maiores alvos dos assassinatos. (Bruno Pacheco/ Revista Cenarium)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Um grupo de manifestantes se reuniu na manhã desta terça-feira, 15, em protesto contra o proprietário da loja Beny Materiais, apontado como autor de crimes de racismo e ameaças a três mulheres que realizavam panfletagem para uma loja de tintas na Avenida Boulevard Álvaro Maia, Zona Sul de Manaus.

O ato, com cerca de 25 pessoas, durou certa de duas horas e foi marcado por gritos de pedidos de respeito. Os manifestantes também levaram cartazes com frases exigindo o fim de crimes de racismo e contra a violência a mulheres.

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Segundo uma das vítimas, o dono da empresa proferiu palavras racistas e ameaçou as jovens que trabalhavam no entorno do estabelecimento comercial. O crime ocorreu no fim de novembro. O advogado da empresa e sobrinho do proprietário, Clemente Neto, negou os crimes e disse que a Beny Materiais irá emitir uma nota oficial do caso.

Em entrevista à REVISTA CENARIUM, Elisandra Batista, de 25 anos, uma das vítimas, disse que o homem, identificado como Ivan, chegou a ameaçar bater nela e em outras duas colegas, caso elas não se retirassem do local. O homem, conforme o relato da jovem, ainda teria chamado-a de ‘neguinha e pretinha’.

“Ele disse que ia me bater se eu não saísse da rua e de perto da loja dele. Só pelo fato de eu ficar no sol, ele me chamou de neguinha e pretinha. Todas as vezes que panfletávamos na frente da loja, ele afirmava que iria bater na gente”, disse.

Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia Geral e a Polícia Civil do Amazonas acompanha o caso.

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