Maranhão teve menor rendimento per capita do País em 2024, diz IBGE


Por: Marcela Leiros

01 de março de 2025
Maranhão teve menor rendimento per capita do País em 2024, diz IBGE
O Maranhão teve o menor rendimento domiciliar per capita do País em 2024 (Composição: Lucas Oliveira/CENARIUM)

MANAUS (AM) – O Maranhão teve o menor rendimento per capita do País em 2024, registrando R$ 1.077, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o Estado esteve abaixo da média nacional, de R$ 2.069. O melhor rendimento foi identificado no Distrito Federal, que registrou R$ 3.444.

O rendimento domiciliar per capita é a razão entre o total dos rendimentos em cada domicílio e o total dos moradores desse local. Nesse cálculo, são considerados os rendimentos do trabalho e de outras fontes. Todos os moradores são considerados no cálculo, inclusive os classificados como pensionistas, empregados domésticos e parentes destes.

Os valores foram obtidos a partir dos rendimentos brutos provenientes do trabalho e de outras fontes, efetivamente recebidos no mês de referência da pesquisa, acumulando as informações das primeiras visitas da Pnad Contínua feitas no 1º, 2º, 3º e 4º trimestres de 2024.

Além do Maranhão, os outros Estados com os menores valores foram o Ceará, com R$ 1.225; Amazonas, com R$ 1.238; e Acre, com R$ 1.271. Na outra ponta do ranking, assim como o Distrito Federal, ficaram também São Paulo, com R$ 2.662; Rio Grande do Sul, com R$ 2.608; e Santa Catarina, com R$ 2.601.

Norte em queda

Na semana passada, a CENARIUM mostrou que os salários de trabalhadores do Amazonas, Pará e Amapá, na Região Norte, reduziram, em média, 5,4% em dezembro de 2023 em relação ao mesmo mês de 2024, de acordo com o IBGE. No primeiro ocorreu a maior redução, de 13,9%, saindo de R$ 2.378 para R$ 2.356. Levantamento da CENARIUM considerou os sete Estados da região.

Além do Amazonasno Pará o valor recebido era de R$ 2.286, nos últimos três meses de 2023, e reduziu para R$ 2.267 no mesmo período do ano seguinte. No Amapá, o rendimento caiu de R$ 2.777 para R$ 2.737.

Nos demais Estados do Norte houve aumento: em Rondônia, foi de R$ 2.734 para R$ 2.995; no Acre, foi de R$ 2.498 para R$ 2.580; em Roraima, foi de R$ 2.664 para R$ 2.861; e, no Tocantins, foi de R$ 2.725 para R$ 2.792.

Maiores e menores rendimentos

Os maiores rendimentos do País ficaram centralizados nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, nos Estados do Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina, respectivamente. No primeiro, a média salarial dos trabalhadores nos últimos três meses de 2024 foi de R$ 5.220. No segundo, o rendimento médio foi de R$ 3.991 e, no terceiro, ficou em R$ 3.676.

Os menores salários do País no último trimestre do ano passado se concentraram no Nordeste, com o Maranhão em último lugar. Lá, a média salarial dos trabalhadores foi de R$ 2.017. Logo após, estava a Bahia, com R$ 2.066, e o Ceará, com R$ 2.103.

O economista Inaldo Seixas observa que, na Região Norte, sem o setor público, o cenário poderia ser pior. Ele menciona a situação do Amazonas, onde, se não fosse a indústria da Zona Franca de Manaus (ZFM), essa média seria ainda menor.

“Muitas vezes, os salários de setores do Estado, como a Receita Federal, juízes, promotorias federais, juízes federais, são os mesmos aqui [no Amazonas] que nos outros estados. Então, isso ajuda a puxar a nossa renda média do Norte para cima. Se você tira isso, você consegue ver a fotografia real das diferenças, a diferença que tem no rendimento médio do trabalhador do Amazonas em relação ao resto do País”, explicou.

Inaldo analisou, ainda, que é nas regiões Sul e Sudeste onde estão concentradas, além das grandes instituições públicas, as principais indústrias do País.  “Apesar de haver uma melhoria da participação do setor industrial no Nordeste e no Centro-Oeste, em empresas de automóveis, em alguns tipos de empresas também de refino, e na questão da energia eólica, isso ainda não é o suficiente para diminuir o gap que sempre existiu entre o Sul e o Sudeste e as demais regiões do País, com renda mensal do trabalho inferior”, conclui.

Leia mais: Estiagem histórica afeta turismo e economia no Amazonas
Editado por Izaías Godinho
Revisado por Gustavo Gilona

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