Marcelo Ramos oficializa saída do PL, após filiação de Bolsonaro

"Meu incômodo pessoal é de estar embarcado em um projeto que eu não acredito", disse Marcelo Ramos. (Divulgação)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Vice-presidente da Câmara dos Deputados e deputado federal pelo Amazonas, Marcelo Ramos oficializou, nesta terça-feira, 7, sua saída do Partido Liberal (PL) em virtude da filiação do presidente da República Jair Messias Bolsonaro, que integra a sigla desde o dia 30 de novembro deste ano. O parlamentar se disse incomodado pessoalmente de estar embarcado em um projeto que não acredita.

“Eu poderia muito bem dizer ‘não voto no presidente e vou para o meu Estado’. Mas, meu incômodo pessoal é de estar embarcando em um projeto que eu não acredito”, disse Marcelo Ramos, em declaração à imprensa.

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Marcelo Ramos reforçou que o caminho natural que ele pretende seguir nas eleições de 2022 é tentar uma reeleição ao cargo de deputado federal. O parlamentar disse ainda que está disposto a conversar com qualquer partido que o chamar.

Bolsonaro

Após dois anos sem partido, o presidente Jair Bolsonaro se filiou ao PL, no dia 30 de novembro, em cerimônia realizada em Brasília (DF), consolidando a aliança dele com o Centrão, conhecido como a “terceira via” da política. A união do chefe do Executivo com a sigla era esperada há quase um mês e é uma estratégia do presidente para tentar a reeleição em 2022.

O PL se torna o nono partido político a receber Bolsonaro. O presidente já foi filiado ao Partido Democrata Cristão (PDC) 1989-1993; Partido Progressista Reformador (PPR) 1993-1995; Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) 2003 – 2005; Partido da Frente Liberal (PFL) 2005; Partido Progressista (PP) 2005 – 2016; Partido Social Cristão (PSC) 2016 – 2018; e ao Partido Social Liberal 2018 – 2019.

Constrangimento

Em carta enviada à Marcelo Ramos, o presidente do PL, Valdermar Costa Neto, autorizou a desfiliação do parlamentar do Amazonas do partido, mas pontuou que se tornou insustentável a permanência do deputado na sigla em meio às divergências ideológicas e políticas entre o parlamentar e o PL.

Costa Neto reconheceu, ainda, constrangimento com a presença de Marcelo Ramos no PL, após o presidente Jair Messias Bolsonaro se filiar à legenda. Na carta, contudo, o partido lamentou a divergência apresentada de “caráter público e notório”, referindo-se às críticas do deputado ao chefe do Executivo.

Veja a carta na íntegra:

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