‘Marcha pelo Clima’ irá às ruas contra queimadas e a poluição do ar em Santarém


Por: Fabyo Cruz

27 de novembro de 2024
‘Marcha pelo Clima’ irá às ruas contra queimadas e a poluição do ar em Santarém
Mãos de manifestantes e o território de Santarém (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

BELÉM (PA) – Movimentos sociais, ambientalistas e a sociedade de Santarém (PA), município localizado a 697 quilômetros de Belém, irão às ruas na próxima segunda-feira, 2, como forma de reagir ao agravamento das queimadas e a poluição do ar na cidade, durante a chamada Marcha pelo Clima.

O ato terá concentração a partir das 17h, em frente ao Centro Regional de Governo do Oeste do Pará, e percorrerá vias centrais com o objetivo de pressionar as autoridades locais e estaduais por medidas efetivas e imediatas para controlar a poluição e proteger a saúde da população.

A iniciativa surge em meio a uma grave crise ambiental, com a cidade e municípios vizinhos enfrentando altos índices de poluição do ar, resultado das queimadas desenfreadas. No domingo, 24, imagens da densa nuvem de fumaça que encobria Santarém dominaram as redes sociais, enquanto o Índice de Qualidade do Ar na região atingiu níveis considerados “péssimos”. A situação tem agravado problemas respiratórios na população e evidenciado a vulnerabilidade da região aos impactos da crise climática, intensificada pela estiagem.

A Marcha pelo Clima é resultado da articulação da recém-criada Frente pelo Clima Santarém, formada a partir de uma convocação do coletivo Guardiões do Bem Viver. Darlon Neres, integrante do coletivo, destacou o papel do grupo na mobilização de mais de 20 movimentos sociais em um encontro realizado na segunda-feira, 25.

Darlon Neres, integrante do coletivo Guardiões do Bem Viver (Reprodução/Instagram @darlon_neres)

“A ideia de unir os movimentos sociais surgiu como uma provocação nossa, unindo juventudes para enfrentar coletivamente a crise climática. Essa frente foi criada para unificar as lutas e dar visibilidade à grave situação que Santarém e o Tapajós estão enfrentando. Queremos chamar a atenção dos governantes e cobrar ações urgentes”, explicou Darlon.

Para a reportagem, Darlon disse ainda que a marcha também terá uma dimensão cultural. “A cultura terá um papel importante no ato, reforçando que a nossa luta vai além da denúncia; é também pela valorização de nossa identidade e pela proteção de nosso território”.

Reivindicações

Os organizadores enfatizam que a marcha não é apenas um protesto, mas um apelo por políticas públicas robustas de proteção ambiental e fiscalização para evitar a destruição da floresta e conter as emissões de gases de efeito estufa. Eles cobram ações coordenadas dos governos municipal, estadual e federal.

“Estamos vivendo um momento crítico. O ar está irrespirável, a saúde da população está em risco, e precisamos de respostas concretas. Essa marcha é um marco de unificação das lutas sociais em Santarém e um grito por justiça climática”, completou Darlon.

Estado de emergência

Em resposta à crise, o prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, decretou estado de emergência ambiental na segunda-feira, 25, estendendo-se por 180 dias. Segundo Aguiar, a medida é urgente e busca reduzir os impactos das queimadas na saúde e segurança da população. No último domingo, a qualidade do ar no município alcançou níveis críticos, com uma concentração de poluentes 42,8 vezes acima das diretrizes anuais da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Leia mais: Queimadas levam Santarém, no Pará, a estado de emergência
Editado por Jadson Lima

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