Marinha investiga acidente com jet ski conduzido por empresário que causou mortes de ribeirinhos no AM


Por: Marcela Leiros

22 de setembro de 2025
Marinha investiga acidente com jet ski conduzido por empresário que causou mortes de ribeirinhos no AM
Robson Tirantes (à esquerda) e Pedro Batista, Marcileia Silva e Jhon da Silva (Composição: Reinan Cativo/Cenarium)

MANAUS (AM) – A Marinha do Brasil informou que a Capitania vai investigar o acidente de jet ski envolvendo o empresário e ex-vereador Robson Tiradentes e moradores de uma comunidade ribeirinha do Amazonas no último sábado, 20, por volta das 23h. Relatos de moradores apontam que Robson conduzia a moto aquática quando atingiu uma canoa. Três pessoas morreram com o impacto. O empresário ficou ferido.

Em nota, a força naval afirmou que será instaurado inquérito para apurar as causas e circunstâncias do acidente que resultou nas mortes do vigia Pedro Batista da Silva, 42 anos, Marcileia Silva Lima, 37 anos, e o filho dela, Jhon da Silva Gonzaga, de cinco meses. Uma equipe da Capitania deslocou-se até o local da colisão, no Lago de Acajatuba, no município de Iranduba, Região Metropolitana de Manaus (AM), para acompanhar as diligências.

Além da Marinha, a Delegacia Fluvial (Deflu) realiza diligências no local para também apurar as circunstâncias do caso. Segundo informações obtidas pela CENARIUM, a moto aquática e o transporte fluvial estão sendo encaminhados à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), em Manaus (AM).

A reportagem questionou a Marinha do Brasil, via e-mail, sobre o prazo para conclusão das investigações do acidente entre a moto náutica e a embarcação, e aguarda retorno.

O acidente

O Corpo de Bombeiros informou que a moto aquática colidiu com a embarcação e, com o impacto, o grupo foi arremessado no rio. O corpo da mulher e da criança foram localizados na tarde deste domingo, 21, e o do vigia logo depois. O companheiro de Marcileia, Geovane Gonzaga, que também estava na canoa, foi resgatado com vida.

Pedro Batista da Silva, 42 anos, também morreu no acidente (Composição: Reinan Cativo/Cenarium)

Robson Tiradentes, 61 anos, foi encontrado ferido, com um corte na face e fratura dentária. Ele foi encaminhado ao Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, na Zona Leste de Manaus.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram como ficou a moto aquática e o bote após a colisão. O jet ski, de cores preto e amarelo, nomeado como “Lady Kei”, teve a parte frontal danificada com o impacto. Já a embarcação, composta por alumínio, ficou danificada na parte lateral.

Moto náutica e embarcação após a colisão (Reprodução)

O empresário e radialista Ronaldo Tiradentes confirmou, em nota, que o irmão dele, Robson Tiradentes, conduzia a moto aquática no momento da colisão. Segundo informações repassadas pelo radialista, o irmão, Robson, precisou passar por atendimento médico e aguarda o esclarecimento do caso.

Meu irmão, Robson, sofreu fraturas no rosto e na bacia e será operado agora à tarde [domingo, 21]. Eu [Ronaldo Tiradentes] e minha família estamos em orações por todos os envolvidosA família espera que uma perícia possa ajudar a esclarecer os fatos até agora muito confusos”, disse.

Condução noturna de motos aquáticas é proibida

Em nota à CENARIUM, a Marinha do Brasil, autoridade marítima brasileira, afirma que estabelece regras específicas para a condução de motos aquáticas em todo o País. Conforme a NORMAM/212/DPC, documento que regula a atividade de motonautas, a condução desses veículos é restrita ao período entre o nascer e o pôr do sol, ficando proibida a navegação noturna. A medida tem como objetivo garantir maior segurança na prática, considerando que a visibilidade reduzida aumenta o risco de acidentes.

Trecho retirado da NORMAM 212/DPC (Reprodução/Marinha do Brasil)

Além do horário limitado, a norma determina que tanto o condutor quanto o passageiro usem coletes salva-vidas homologados e que a embarcação esteja equipada com a chave de segurança conectada ao condutor, recurso que desliga o motor em caso de queda. Também é exigido que a moto aquática possua registro junto à Capitania dos Portos e que o piloto seja habilitado como Motonauta (MTA), garantindo que apenas pessoas capacitadas possam conduzir esse tipo de embarcação.

A proibição da navegação noturna de motos aquáticas é vista como uma medida preventiva fundamental. Sem iluminação adequada e com a menor visibilidade durante a noite, aumentam os riscos de colisões, quedas e outros acidentes que podem ser fatais. Por isso, a regulamentação da Marinha busca equilibrar o lazer e o esporte aquático com a segurança dos envolvidos.

Leia nota na íntegra:

Meu irmão, Robson Tiradentes, sofreu um acidente de jet ski, por volta da 22h de ontem. A fatalidade, infelizmente, foi precedida de vários acontecimentos. Por volta das 14h30, Robson, a mulher e uma filha seguiam do [bairro] Tarumã, em direção a Praia do Iluminado [região metropolitana de Manaus]. Nas proximidades da [comunidade do] Açutuba, o jet ski apresentou um problema mecânico.

Robson, a mulher e a filha foram resgatados por um bote conduzido por amigos, que ajudaram no conserto da motonáutica. Prosseguindo viagem para a [praia do] Iluminado. Robson e o comandante do bote, que foi prestar socorro, erraram o caminho e entraram no Lago Acajatuba. Era começo da noite de ontem [sábado, 20].

Neste momento, uma outra pane [mecânica] interrompeu a viagem. Desta vez, foi o bote que conduzia a mulher e a filha do meu irmão [Robson]. Já durante a noite, Robson saiu em busca de um mecânico para consertar o bote. Ao retornar no mesmo local, o bote não estava mais ali, porque, à deriva, foi deslocado pela correnteza e pelo vento.

Com a ajuda de um morador do Lago Acajatuba, Robson saiu procurando pelo bote desaparecido, momento em que chocou-se com uma canoa sem iluminação.

Num primeiro momento tomamos conhecimento que o dono da canoa envolvida no acidente teria fugido sem prestar socorro ao meu irmão e ao morador da área que ajudava nas buscas do bote desaparecido. Mesmo bastante feridos, mas de coletes salva-vidas, os dois conseguiram nadar até a margem do lago onde foram socorridos.

Somente agora de manhã, tomamos conhecimento que o bote envolvido no acidente transportava outras pessoas. A família espera que uma perícia possa ajudar a esclarecer os fatos até agora muito confusos.

Meu irmão, Robson, sofreu fraturas no rosto e na bacia e será operado agora à tarde [domingo, 21]. Eu [Ronaldo Tiradentes] e minha família estamos em orações por todos os envolvidos”.

As buscas pelos desaparecidos continuam e mais informações devem ser divulgadas em breve, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

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