Mark Zukerberg diz que empresas precisam de ‘mais energia masculina’


Por: Cenarium*

12 de janeiro de 2025
Mark Zuckerberg , CEO do Meta (Reprodução)
Mark Zuckerberg , CEO do Meta (Reprodução)

MANAUS (AM) – O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, lamentou o surgimento de empresas “culturalmente neutras” que buscaram se distanciar da “energia masculina“, acrescentando que é bom se uma cultura “celebra um pouco mais a agressividade“.

Energia masculina, eu acho que é boa, e obviamente a sociedade tem bastante disso, mas acho que a cultura corporativa estava realmente tentando se afastar disso”, afirmou o executivo da companhia que é dona do Facebook, WhatsApp e Instagram em uma conversa de quase três horas com o podcaster Joe Rogan, publicada na sexta-feira, 10.

É como se você quisesse energia feminina, você quisesse energia masculina“, disse Zuckerberg durante o episódio de The Joe Rogan Experience, um dos mais famosos dos EUA e apresentado por um apoiador de Donald Trump. “Acho que tudo isso é bom. Mas acho que a cultura corporativa meio que se inclinou para ser essa coisa um pouco mais neutra”, acrescentou, antes de discutir suas paixões por MMA e caça a porcos invasores no Havaí.

Zuckerberg, que começou sua carreira avaliando a atratividade de mulheres na Universidade de Harvard, acrescentou que cresceu com três irmãs e tem três filhas, e quer que as mulheres tenham sucesso nas corporações.

“Se você é uma mulher entrando em uma empresa, provavelmente sente que é muito masculina. Não há energia suficiente que você possa naturalmente”. Mark Zuckerberg, CEO da Meta em entrevista ao podcast de Joe Rogan.

Você quer que as mulheres possam ter sucesso e que as empresas possam desbloquear todo o valor de ter grandes pessoas, independentemente de sua origem ou gênero“, completou o CEO da Meta.

O episódio do podcast foi lançado poucos dias depois que a Meta afrouxou suas políticas de moderação de conteúdo para Instagram e Facebook, permitindo que usuários possam criticar imigrantes, pessoas transgênero e não-binárias, ou fazer declarações excludentes com base no sexo ou gênero de alguém sem interferências de moderação da Meta.

Na terça-feira, 7, a big tech também anunciou o fim da checagem de fatos por terceiros nos EUA, e na sexta-feira, 10, a empresa disse que estava interrompendo muitos de seus esforços internos de treinamento e contratação voltados para tornar sua força de trabalho mais diversa.

O episódio de sexta-feira marcou a segunda aparição de Zuckerberg no The Joe Rogan Experience. Rogan, considerado o podcaster mais popular do mundo, com 19 milhões de assinantes no YouTube do Google e mais de 15 milhões no Spotify.

Na entrevista, Zuckerberg expressou desconforto em se envolver com a imprensa tradicional, acrescentando que os podcasts estão ajudando a alimentar uma “mudança radical em termos de quem são as vozes que importam”.

O presidente eleito Donald Trump participou do podcast de Rogan à medida que o dia da eleição se aproximava no ano passado, alimentando o que veio a ser chamado de “eleição do podcast”, à medida que as campanhas recorriam a eles em vez da mídia tradicional para divulgar suas mensagens.

Zuckerberg tem reposicionado sua empresa para ser mais amigável a Trump nos últimos meses, e jantou com o presidente eleito em Mar-a-Lago, o clube de Trump na Flórida. Zuckerberg também planeja comparecer à posse de Trump.

Biden ultrapassou limites, diz Zuckerberg

Desde a eleição nos EUA, Zuckerberg tem procurado se alinhar com a administração que está por vir —elogiando Trump publicamente, doando para seu fundo inaugural, nomeando um apoiador chave para o conselho da Meta e, mais recentemente, mudando as políticas de conteúdo de suas plataformas.

O CEO da empresa de tecnologia criticou a administração Biden durante a entrevista com Rogan, afirmando que funcionários da Casa Branca “gritaram” e “xingaram” funcionários da Meta durante discussões sobre como moderar conteúdo relacionado à Covid-19 na pandemia.

Foi brutal“, disse Zuckerberg, acrescentando que a administração ultrapassou os limites em seus pedidos para remover postagens sobre a pandemia, incluindo sátiras, semeando desconfiança entre o eleitorado. Ele já havia escrito sobre essas queixas em uma carta ao Congresso em agosto.

O governo dos EUA deveria estar defendendo suas empresas, não estar na linha de frente atacando suas empresas”, disse Zuckerberg. Em contraste, o fundador do Facebook disse que está “otimista” sobre o retorno de Trump à Casa Branca. “Acho que ele só quer que a América vença”, afirmou.

Nesta sexta-feira, o presidente Joe Biden, em uma rara coletiva de imprensa na Casa Branca após as eleições, expressou descontentamento com a decisão da Meta.

“É completamente contrário a tudo que os EUA representam. Queremos dizer a verdade. Nem sempre fizemos isso como nação. Queremos dizer a verdade“, disse o presidente. “E você sabe, quando você tem milhões de pessoas lendo, indo online, lendo essas coisas (a decisão da Meta sobre o fim da checagem), é —de qualquer forma, acho que é realmente vergonhoso”, comentou.

(*) Com informações da Folhapress

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