‘Massacre de Sharpeville’ motivou criação de data contra discriminação racial


Por: Cenarium*

21 de março de 2025
‘Massacre de Sharpeville’ motivou criação de data contra discriminação racial
O massacre ocorreu quando cerca de 20 mil sul-africanos protestaram contra a determinação imposta pelo governo da época (Reprodução)

BRASÍLIA (DF) – Marco estabelecido pelas Organização das Nações Unidas (ONU), o dia 21 de março é o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. A data tem como referência o episódio que ficou conhecido como “Massacre de Sharperville”, em 1960, na África do Sul.

O massacre ocorreu quando cerca de 20 mil sul-africanos protestaram contra a determinação imposta pelo governo da época, de limitar os locais onde a população negra poderia circular.

Em resposta à manifestação que era considerada pacífica, militares da África do Sul atuaram violentamente para reprimir o protesto. Tiros foram disparados contra os manifestantes, resultando na morte de 69 pessoas e mais de 180 feridos. 

O episódio atraiu a atenção da opinião pública mundial para o Apartheid – sistema de segregação racial que vigorou na África do Sul entre 1948 e 1994.

História

Após a institucionalização do Apartheid (1948), diversas leis foram impostas pela minoria branca sul africana, decretando uma efetiva separação entre estes e a população negra e mestiça. 

A Lei de Passe, de 1945, por exemplo, exigia que os negros portassem uma caderneta na qual estava escrito onde eles poderiam ir, a cor, a etnia, a profissão, como forma de controle do Estado.

À população negra era obrigatória a apresentação do registro sempre que solicitado pelos policiais sul-africanos, caso contrário, seriam detidos. 

‘‘Não podíamos caminhar sequer cem metros sem esse maldito passe. Se um policial visse, era cadeia na certa. Para entrar num bairro branco depois das dez da noite, era necessário pedir uma autorização especial ao governo’’, disse a sobrevivente do massacre Nehemiah Tsoane, em entrevista à jornalista Marta Reis do G1.

Em 21 de março de 1960, mais de 20 mil sul africanos protestavam pacificamente e desarmados contra a Lei de Passe. No entanto, um grupo de policiais decidiu abrir fogo contra os manifestantes, matando 69 e ferindo 186 em Sharpeville.

Após o massacre, uma onda de protestos ganhou o país e teve grande repercussão na imprensa internacional. O apartheid, mas também os movimentos de luta foram intensificados.

O governo baniu qualquer organização política na África do Sul, levando à clandestinidade partidos como o Congresso Nacional Africano (CNA). Estava declarado estado de emergência no país.

Mandela abandonou os princípios da desobediência pacífica a partir da fundação do Umkhonto we Sizwe, braço armado do CNA. A luta armada foi intensificada. Em 12 de junho de 1964, Madiba foi preso.

Em 1966, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou a data como Dia Internacional contra a Discriminação Racial, em memória às vítimas do massacre.

(*) Com informações da Agência Brasil e governo federal

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