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Mato Grosso teve 51 conflitos no campo em 2023, aponta CPT
Os conflitos no campo são relacionados à terra, água e ao trabalho (Composição: Weslley Santos/Revista Cenarium)
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07 de maio de 2024
Davi Vittorazzi — Da Revista Cenarium
CUIABÁ (MT) — O relatório “Conflitos no campo Brasil 2023″, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), mostra que Mato Grosso tem 51 conflitos no campo relacionados à terra, água e ao trabalho, no ano passado. Em todo País, houve 2.203 casos como esses. No ranking entre os Estados que formam a Amazônia Legal, ficou com o menor número. (Veja o ranking abaixo)
Composição: Weslley Santos/Revista Cenarium
Consta no relatório que 21 dos conflitos por terra envolveram indígenas, cinco envolveram pessoas sem terra e dois envolvendo quilombolas. A região Centro-Oeste — que também é formada pelo Mato Grosso — ocupa o terceiro lugar como a que mais registrou conflitos sobre questões agrárias, totalizando 353.
Segundo o relatório, os conflitos em Mato Grosso envolveram 20.660 pessoas, entre indígenas, quilombolas, assentados, sem-terra, posseiros e seringueiros. O relatório também mostra que o Estado teve uma média 94 conflitos, de 2017 a 2023.
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“A falta de titulação dos quilombos, de demarcação dos territórios indígenas, de destinação de terras públicas e de desapropriação de latifúndios para a Reforma Agrária, bem como a não realização de consultas livres, prévias e informadas, é que faz com que os três níveis dos governos executivos sejam categorizados como omissos e coniventes”, diz trecho do relatório.
Conflitos no campo somam mais de 2 mil casos no Brasil (Reprodução/MST)
Entre os conflitos apontados pela CPT estão um na Terra Indígena Enawenê-Nawê, Adowinã e Rio Preto, localizados nos municípios de Juína, Comodoro e Sapezal, que envolvem cerca de 584 indígenas; e outro em um assentamento entre os municípios de Tapurah e Itanhangá, que envolve aproximadamente 240 assentados.
O documento ainda mostra que os conflitos envolveram seis ameaças de morte, nos municípios de Jaciara (2), Santa Terezinha (3) e São Félix do Araguaia (1). Conforme o documento, em 261 ocorrências de violência, o Estado figura entre os agentes que mais causaram violência aos povos do campo, das águas e das florestas em 2023.
A 38ª edição do relatório é fruto do esforço dos agentes pastorais da CPT, que trabalham nas comunidades rurais em todo o País. O documento também aborda investigação de denúncias e notícias realizada pela equipe de documentalistas do Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno (Cedoc) ao longo do ano.
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