‘Me destruir não vai fazer cloroquina funcionar’, diz pesquisador acusado de causar morte de 11 pessoas com uso de substância
24 de junho de 2020
Marcus Lacerda usou as redes sociais para desabafar sobre acusações do tratamento de pacientes no Amazonas (Reprodução/Instagram)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium*
MANAUS – O pesquisador Marcus Lacerda, líder do estudo ‘CloroCovid-19’, que testou o uso da cloroquina no tratamento de pacientes diagnosticados com o novo Coronavírus, lamentou à REVISTA CENARIUM sobre a abertura de um procedimento investigatório criminal do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), para apurar a responsabilidade pelas 11 mortes dos infectados por Covid-19 e que participaram da pesquisa com uso do medicamento.
A investigação instaurada foi publicada no Diário Oficial do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) na edição da última segunda-feira, 22, e envolve denúncias de pesquisas feitas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com doses de medicamento cloroquina em 81 pacientes com Covid-19 internados em estado grave no Hospital Delphina Aziz, dos quais 11 vieram a óbito. Segundo a promotoria, os pacientes foram acompanhados pela equipe de pesquisa por 28 dias após o início da medicação.
https://www.instagram.com/p/CB0S439DqHD/
Post do pesquisador na rede social instagram
Questionado se iria se pronunciar oficialmente, o pesquisador respondeu à reportagem, mas se limitou a dizer que isso não seria bom para sua carreira e nem para sua família. “Lamento, pois isso tudo é um terrível mal entendido que foi longe demais. Nada mais de novo tenho a declarar. Sinto pela população brasileira e do Amazonas que tem de lidar com mais essa fake news”, pontuou.
O que diz o MP-AM:
De acordo com a portaria nº 01, de 09 de junho de 2020, o promotor de Justiça Edinaldo Aquino Medeiros, que assina o documento, solicita informações e documentos do médico responsável pela pesquisa, Dr. Marcus Lacerda, da Fundação de Medicina Tropical, do Hospital Delphina Aziz e da Comissão Nacional de Ética e Pesquisa.
O magistrado requisita, ainda, que a Procuradoria da República do município de Bento Gonçalves, de Rio Grande do Sul, compartilhe a documentação do inquérito civil (IC), instaurado pela portaria nº 40, de 20 de abril de 2020, cujo objeto, apesar de propósito, tem relação direta com a investigação da promotoria do Amazonas.
Segundo Medeiros, foram usados na pesquisa 150 mg de comprimidos da cloroquina na pesquisa, intitulada “Difosfato de cloroquina em duas doses diferentes como terapia adjuvante de pacientes hospitalizados com síndrome respiratória grave no contexto de infecção por coronavírus (SARS-CoV-2): Resultados preliminares de segurança de um ensaio clínico de fase II b randomizado, duplo-cego CloroCovid-19 Estudo”.
O promotor afirma, ainda, que a pesquisa foi realizada no Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, em Manaus, com financiamento do Governo do Amazonas, coordenação pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), participação da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado e da Universidade do Estado do Amazonas.
(*) Colaborou o jornalista Luis Henrique Oliveira – Da Revista Cenarium
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