‘Medicina é meu forte’: Falsa médica diz em áudio que domina profissão


Por: Jadson Lima

23 de maio de 2025
‘Medicina é meu forte’: Falsa médica diz em áudio que domina profissão
A educadora física Sophia Livas de Morais Almeida foi detida após alegar que era médica e fazer atendimentos sem diploma(Reprodução/redes sociais | Composição de Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – Investigada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) sob suspeita de atuar ilegalmente como médica em Manaus (AM), a educadora física Sophia Livas de Morais Almeida afirmou que era formada na área e dominava a profissão. A declaração consta em um áudio enviado por ela em conversa de mensagens por aplicativo, ao qual a CENARIUM teve acesso. Na gravação, Sophia diz: “medicina é meu forte”. A mulher de 30 anos foi presa na última segunda-feira, 19, enquanto fazia exercícios físicos em uma academia na Zona Centro-Sul da capital amazonense.

Momento em que Sophia Almeida recebe comunicado sobre operação policial (Reprodução)

Na mensagem de voz, Sophia Almeida desdenhou da formação em Educação Física ao dizer que só concluiu o curso e “vazou” e mencionou que Medicina era o forte dela. O áudio, com duração de 22 segundos, foi encaminhado a um amiga da investigada.

“Amiga, eu só formei em Educação Física, minha outra formação – que é Medicina – que eu domino. Educação Física eu não domino não. Eu só formei e vazei. Medicina que é o meu forte. E eu não sei, não. Isso aí é coisa de médico do Esporte; na faculdade eu não tive. Estou é f*dida”, disse. Ouça áudio:

A reportagem também obteve um vídeo, no qual a investigada afirma que agendou três consultas com pacientes não identificados, em data não informada no registro. Segundo Sophia, os atendimentos não eram particulares ou de ambulatório, mas “eram importantes”. A declaração foi feita em um stories destinado a um grupo de pessoas selecionadas por ela em seu perfil na plataforma Instagram, publicado por volta de 20h30 do dia 16 de maio deste ano. Assista:

A CENARIUM apurou que Sophia Almeida é investigada por cinco crimes previstos no Código Penal brasileiro: falsidade ideológica; exercício ilegal da Medicina, arte dentária ou farmacêutica; curandeirismo; charlatanismo; e falsidade material de atestado ou certidão. Especialistas apontam que, se os crimes forem considerado praticados em concurso material, as penas são somadas podem chegar a 12 anos de prisão.

Processo consta no sistema do Tribunal de Justiça do Amazonas (Reprodução)
Indiciados

Até esta sexta-feira, 23, mais duas pessoas, além de Sophia Almeida, foram indiciadas pela PC-AM no âmbito das investigações que são conduzidas pelo 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP). São eles: Dib Almeida, irmão da falsa médica, e Thayla Laís, funcionária de uma clínica particular de Manaus. Eles são suspeitos de envolvimento em esquema de vendas e facilitação da liberação atestados médicos forjados, respectivamente.

A investigação encontrou indícios suficientes para ligar os dois investigados no esquema de atestados falsos em análise ao aparelho celular de Sophia Almeida. O telefone dela foi apreendido na segunda-feira, durante a operação que cumpriu mandado de prisão preventiva contra a falsa médica. As determinações judiciais foram assinadas pelo juiz Fabio Lopes Alfaia, da Central de Plantão Criminal.

Na decisão, o magistrado mencionou que a prisão da investigada tinha o objetivo de garantir a “ordem pública, a ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal”. Após a audiência de custódia, a Justiça do Amazonas decidiu manter a prisão de Sophia Almeida.

Leia mais: Professora da Ufam se pronuncia sobre caso da falsa médica
Editado por Izaías Godinho

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