Via Brasília – Da Revista Cenarium
Não mais HC
Circula entre os integrantes do STF que o ministro Ricardo Lewandowski teria ficado contrariado com a desfaçatez e o número de mentiras e contradições nas falas da CPI Pandemia, sobretudo as do ex-ministro Eduardo Pazuello. Muitos apostam que, dificilmente, apesar da jurisprudência do STF em garantir o direito ao silêncio para evitar a autoincriminação, os habeas corpus se estenderão a outros convocados à CPI. A leitura é de que, ao conceder mais exceções aos depoentes, o ministro poderia inviabilizar os trabalhos da comissão. A decisão, que pegou de surpresa seus colegas, anima os que querem a responsabilização de autoridades na pandemia.
Sem nexo, mentiras e videoteipe
Além da habitual capacidade de disparar mentiras em série e da empáfia, o general Eduardo Pazuello exibiu em sua fala, ontem, a frieza e falta de empatia que costumam caracterizar seu chefe, o presidente Jair Bolsonaro, em pronunciamentos acerca das mortes por Covid-19. O primeiro dia de depoimento de Pazuello mais parecia reprise de videoteipe ruim com um protagonista razoavelmente bem treinado.
Desrespeito
Às perguntas mais importantes – a crise do oxigênio no Amazonas, objeto central das investigações da CPI da Pandemia, o general apresentou respostas que não guardavam nexo com a verdade. Num flagrante desrespeito às milhares de vítimas da Covid-19 no Estado, apontou que o colapso na crise de abastecimento de oxigênio em Manaus durara apenas 3 dias, quando todos sabemos que foram 20 dias com cerca de 200 mortes diárias. Uma carnificina sem precedentes.
Cartas na manga
Para contrapor outra mentira de Pazuello, que afirmara à CPI ter tomado conhecimento da iminente falta de oxigênio nos hospitais amazonenses apenas no dia 10/05, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), sacou uma carta na manga, a qual a coluna Via Brasília teve acesso. (ver íntegra abaixo)
Assinada pelo ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, a nota indica que, no dia 07/05, Pazuello soube oficialmente que o colapso estava próximo. Ou seja, avisado com uma semana de antecedência do início da crise de oxigênio, Pazuello poderia ter agido com rapidez e evitado as centenas de mortes diárias.
Leia a tramitação
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