Mercado informal de artesãs e costureiras quer superar recessão com festas de fim de Natal e Ano Novo

Expectativa de costureiras e artesãs para o período de fim de ano é de que vendas sejam prósperas (Bruno Pacheco/ Revista Cenarium)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – A chegada das festas de fim de ano, como o Natal e o Ano Novo, tem gerado grandes expectativas para trabalhadores informais com a venda de vestuários e utensílios para presentes. Em meio à pandemia do novo Coronavírus, na qual muitas pessoas foram prejudicadas por conta das medidas restritivas impostas pelas autoridades para evitar a contaminação pela doença, as datas comemorativas celebradas ao longo do ano são os momentos oportunos para quem deseja faturar uma renda extra.

Com as perdas econômicas de meses com atividades interrompidas, comerciantes, lojistas e demais vendedores no Estado que têm a terceira maior taxa de desocupação do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), depositam na data a esperança da recuperação financeira, como é o caso do setor de costura e artesanato no Amazonas, que desde o início da Covid-19 tem buscado alternativas para se inovar e driblar a crise.

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Costureira há mais de 15 anos e dona do próprio negócio na Rua Lauro Cavalcante, no Centro de Manaus, Katia Silene Leão, de 60 anos, contou à REVISTA CENARIUM nessa terça-feira, 22, que ficou durante três meses sem poder trabalhar por ser do grupo de risco da Covid-19, evitando que ela fosse infectada com o novo Coronavírus.

Segundo Katia, o fator essencial para que ela possa combater as adversidades, como a falta de encomendas e consertos de roupas, surge da confiança que clientes de longa-data depositam pelo trabalho realizado, fazendo com que ela tenha um consumidores fixos.

“Graças a confiança que meus clientes depositam em mim, já tenho uma clientela certa e com isso, as minhas encomendas não mudaram muito em relação ao ano passado. Aqui aceito todo tipo de encomenda, desde conserto, ajuste, roupas a fardamentos. Quando estou ‘aperreada’, peço ajuda de amigas costureiras”, contou. “Espero que ano que vem, em 2021, seja bem melhor e que essa doença maldita acabe”, finalizou.

Já a artesã e também costureira Antonieth Maciel, de 54 anos, professora da rede municipal de Itacoatiara (a 270 quilômetros de Manaus), contou que tem trabalhado remotamente com a confecção de máscaras e materiais personalizados para manter a renda da família e ajudar os pais e irmãos. Com as datas comemorativas, as encomendas têm sido mantidas.

“Trabalho com a confecção de máscaras, toalhas personalizadas, kits de cozinha, sandálias bordadas em pérolas, almofadas personalizadas com fotos e outros artesanatos. O que me motivou a trabalhar em casa, foi a necessidade para manter minha família”, disse.

Segundo Antonieth, com a produção dos artesanatos, ela já conseguiu se recuperar economicamente, mas que deseja para 2021 mais apoio governamental, financeiro e espaço para divulgação do trabalho dela e de colegas do segmento. “Para 2021, desejo que todos os artesãos do meu município tenha um apoio governamental financeiro, proporcionando a nós um espaço próprio para divulgação e demonstração dos nossos trabalhos artesanais”, finalizou.

Desocupação e informalidade

A taxa de desocupação do Amazonas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19 divulgados em 1º de dezembro deste ano, atingiu 18,8% em outubro, a maior desde o início da pesquisa, em maio, sendo a terceira maior do País. No total, 312 mil pessoas estavam desempregadas no Estado. Além disso, 708 mil pessoas (52,7% do total de ocupados) estão na informalidade.

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