Mesmo com 8 mil infectados por Covid-19 no AM, abertura de templos religiosos e igrejas é aprovada pela ALE

Carolina Givone – Da Revista Cenarium

MANAUS – Um dia após a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) atualizar o dados da Covid-19 no Amazonas e informar que o número de infectados passou de 8 mil, durante a sessão plenária desta quarta-feira, 6, os parlamentares da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) aprovaram um Projeto de Lei (PL), que dispõe sobre a permissão da abertura de cultos religiosos durante a pandemia.

João Luiz (Republicanos), deputado autor da PL afirma que as instituições religiosas vão adotar medidas preventivas, contra a contaminação dos fiéis que comparecem aos cultos.

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“As igrejas e templos estarão atendendo a uma série de recomendações de prevenção contra o coronavírus. A proposta é garantir à população amazonense o apoio necessário para este momento crítico. A atividade religiosa tem sido auxiliadora do Estado Brasileiro ao prestar serviços na área da educação, saúde e assistência social, chegando a lugares onde o Poder Público não consegue atender as demandas”, disse João Luiz.

O PL também subscrita pelos deputados Felipe Souza (Patriotas), Josué Neto (PRTB), Delegado Péricles (PSL) e Fausto Jr. (PV) menciona no texto certas proibições ao público: “igrejas e templos de qualquer culto veda a participação de idosos com 60 anos de idade ou mais; de pessoas que possuam algum problema de saúde ou estejam com algum sintoma de gripe ou Covid-19; de pessoas que estejam convivendo com infectados pelo coronavírus e de crianças”, diz parte do documento.

O texto do PL, que segue para sanção do governador Wilson Lima (PSC), ainda compreende uma limitação da capacidade de ocupação do ambiente. “O funcionamento ocorrerá com a capacidade de pessoas limitada a 30% da igreja ou templo; deverá haver entre uma pessoa e outra o espaçamento de uma poltrona para os lados esquerdo e direito, como também para frente e para trás; ao final das celebrações os organizadores deverão tomar as providências para que os fiéis mantenham o distanciamento de um metro e meio, e não fiquem aglomerados”.

Equivoco

O deputado Serafim Corrêa (PSB), contrário a decisão da Aleam e afirma ser um equivoco abrir as igrejas, indo de encontro às recomendações de afastamento social. “Estamos numa fase crucial, inclusive com ameaça de lockdown, que é o confinamento e fechamento de tudo. Numa hora dessas, que já submetida ao Poder Judiciário essa medida, autorizarmos a reabertura das igrejas e templos estamos indo na contramão da humanidade, da ciência e dos pesquisadores. Quero manifestar o meu respeito a todas as religiões, mas dizer que meu voto à medida é contrário”, esclareceu Serafim.

Evitar aglomerações

Antes da aprovação da PL, ainda nesta semana, o Governo do Amazonas apresentou um plano para a retomada gradual das atividades econômicas a partir de 14 de maio, mas esse processo está condicionado à análise da curva da pandemia de Covid-19 no estado, como ressaltou o governador Wilson Lima.

“A reabertura das atividades só vai acontecer se as medidas de restrição forem cumpridas. A Polícia Militar e fiscais da Prefeitura vão intensificar a fiscalização e quem não cumprir as medidas poderá perder o alvará de funcionamento. Só vamos permitir serviços essenciais”, ressaltou Lima.

A prorrogação das medidas restritivas até essa data e o calendário para a flexibilização do isolamento social se baseiam em um estudo elaborado por uma equipe multidisciplinar e voluntária composta por médicos, infectologistas, estatísticos e economistas.

Coordenado pelos professores Samy Dana e Alexandre Simas, o estudo faz uma projeção das mortes pelo novo coronavírus e do pico da doença nos estados do Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro, além do Brasil de modo geral. “Enquanto não tivermos uma confiança em que o pico está baixando e que o sistema vai aguentar, por uma questão de responsabilidade não podemos recomendar o afrouxamento”, disse economista Samy Dana..

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