Mesmo com pandemia, Feira de Pirarucu Manejado tem faturamento expressivo no AM

A Concessão de Direito Real de Uso permite aos habitantes das Unidades de Conservação a obtenção de financiamentos para projetos econômicos sustentáveis, como o manejo do pirarucu (Secom)

Com informações da assessoria

TEFÉ (AM) – Atípico para a maioria das pessoas, o ano de 2020 não foi diferente no interior do Amazonas, onde os povos tradicionais, isolados pela pandemia de covid-19, tiveram que buscar alternativas de subsistência e manutenção da renda.

Mesmo diante dos desafios impostos pelo vírus, um experiente grupo de pescadores e pescadoras do Médio Solimões, com o apoio técnico do Instituto Mamirauá, conseguiu concluir com sucesso as atividades de manejo sustentável do pirarucu e realizar as duas edições da tradicional Feira de Pirarucu Manejado.

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O maior peixe de escamas de água doce do mundo (Arapaima gigas) é uma importante fonte de subsistência na Amazônia. O imponente pirarucu sai das águas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, “caminho da chuva” em Tupi Guarani, pelas mãos de homens e mulheres pertencentes ao Acordo de Pesca do Setor Pantaleão, e é das feiras que ele parte para a mesa da população local e também de restaurantes renomados, no norte e no sudeste do Brasil.

Cuidados redobrados

Durante a pandemia, a organização das feiras exigiu ainda mais empenho de articulação e cuidados redobrados para garantir a segurança dos pescadores e consumidores. Uma série de reuniões extraordinárias foram realizadas para orientação e planejamento da pesca e do evento. Todas as normas de segurança sanitária orientadas pelos órgãos de saúde foram atendidas, e o evento só foi possível graças ao empenho e apoio de parceiros e organizações manejadoras.

Resultados

Houve um aumento pela procura do produto legal e manejado, e também um aumento do volume de compra por consumidor. A coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá, organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Ana Cláudia Torres, destaca os resultados da realização das feiras deste ano.

“Foram comercializados 224 peixes em dois momentos (outubro e dezembro), o que mostra o potencial de consumo pela população, bem como a adesão e seu apoio à iniciativa. Outro resultado positivo foi o aumento da compra por estabelecimentos comerciais com a intenção de revenda, o que, em tese, possibilita a oferta do produto no mercado local por um período maior de tempo”.

A 16ª edição da feira, realizada nos dias 17 e 18 de outubro, e a 17ª, entre 05 e 06 de dezembro, atingiram um faturamento total de 57 mil reais. O lucro obtido será dividido entre os 120 pescadores e manejadores do Acordo de Pesca do Setor Pantaleão.

A feira celebra o final de um ciclo de dez meses de trabalho dos pescadores que atuam vigiando e protegendo os lagos contra invasores, fazendo a contagem de peixes para determinar o volume de retirada anual, pescando e beneficiando a carne.

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