Mesmo com tarifaço, agro e mercado de trabalho devem sustentar PIB, diz CNI
Por: Cenarium*
20 de agosto de 2025
SÃO PAULO (SP) – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve a projeção de crescimento de 2,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, mesmo diante do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. A avaliação consta no Informe Conjuntural do 2º trimestre, divulgado nessa terça-feira, 19.
Segundo a entidade, a alta deve ser sustentada principalmente pelo desempenho da agropecuária, cuja previsão de expansão passou de 5,5% para 7,9%, e pelo mercado de trabalho aquecido, que deverá impulsionar o consumo interno.
“O setor agropecuário, somado a um mercado de trabalho aquecido, deve sustentar o crescimento de 2,3% do PIB mesmo em meio ao aumento das tarifas americanas sobre as exportações brasileiras”, afirmou a CNI em nota.
Em contrapartida, a entidade reduziu a expectativa para a indústria, que caiu de 2% para 1,7% em 2025, refletindo os impactos negativos das novas tarifas, dos juros elevados e da concorrência das importações.

Indústria de transformação, construção e extrativista
De acordo com o informe, os juros altos, o ritmo aquecido das importações e a provável queda das exportações – por causa da nova política comercial dos EUA – vão restringir a atividade industrial. A projeção da entidade para o crescimento da indústria de transformação em 2025 foi alterada de 1,9% para 1,5%.
Já a indústria da construção, de acordo com a confederação, seguirá aquecida graças à continuidade dos projetos iniciados em 2024 e ao bom desempenho do programa Minha Casa, Minha Vida, cujos lançamentos cresceram 31,7% no 1º trimestre. A entidade manteve em 2,2% a estimativa de crescimento do PIB do setor.
A indústria extrativa também deverá ser um dos destaques positivos este ano. “Não à toa, a CNI dobrou de 1% para 2% a expectativa de alta do setor, principalmente pelo aumento da produção de petróleo”, afirmou.
Massa de rendimento dos trabalhadores
Conforme as previsões da CNI, o número de pessoas ocupadas deve aumentar 1,5% em 2025, 0,6 ponto percentual acima da projeção anterior da entidade, no primeiro trimestre.
A massa de rendimento real deve crescer 5,5%, 0,7 ponto percentual a mais em comparação com a previsão passada. “Com isso, a taxa de desocupação média deverá registrar o menor patamar da história pelo segundo ano consecutivo, ficando em 6%”, diz a nota.