Milhares invadem Avenida Paulista e homenageiam Carlos Brilhante Ustra

Avenida Paulista ficou tomada de verde e amarelo em ato a favor do governo Bolsonaro, nesta terça-feira, 7 (Foto: Reprodução)

Wesley Diego – Da Cenarium

SÃO PAULO – Na capital paulista, os apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), se reuniram na maior avenida do Estado, a Avenida Paulista. Com bandeiras amarradas sobre o corpo, manifestantes cantaram o Hino da Independência do Brasil e vestiram camisas com a palavra “Mito” e a foto do presidente estampada. Além disto, eles carregaram bandeiras com a frase “Ustra Vive”, em homenagem a Carlos Brilhante Ustra, que foi chefe do DOI-Codi do 2º Exército, em São Paulo, órgão de repressão política durante a ditadura militar.

“Onde não há cumprimento da lei, há desordem, que é o que nós estamos vivendo hoje”, afirmam os apoiadores, em São Paulo. Os manifestantes aproveitaram o momento para atacar o Supremo Tribunal Federal (STF). “O Supremo não respeita a Constituição Brasileira. Os juízes e promotores não respeitam a lei”, destacaram os apoiadores.

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Segundo o jornal O Globo, durante o período em que Ustra chefiou o DOI-Codi, de 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974, foram registradas ao menos 45 mortes e desaparecimentos forçados, de acordo com relatório elaborado pela Comissão Nacional da Verdade, que apurou casos de tortura e sumiço de presos políticos durante os governos militares. Ele foi o primeiro militar brasileiro a responder por um processo de tortura durante a ditadura (1964-1985).

Discurso presidencial

No período da tarde, a partir das 14h, já com a presença de Bolsonaro, o presidente discursou e repetiu as ameaças golpistas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e desafiou quem o investiga. “Digo aos canalhas que nunca serei preso”.

O presidente chamou de “canalha” o ministro Alexandre de Moraes e voltou a atacar o sistema eleitoral brasileiro, em ataque direto ao presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. Bolsonaro pediu de novo o voto impresso na disputa de 2022, apesar de esse projeto já ter sido derrubado pelo Congresso.

“Ou esse ministro [Alexandre de Moraes] se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade. Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha. Deixa de oprimir o povo brasileiro, deixe de censurar […] seu […] povo. Mais do que isso […]. Nós devemos, sim, porque eu falo em nome de vocês determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade”, disse Bolsonaro.

Veja vídeo: https://www.instagram.com/tv/CTiDdDPg2mE/?utm_medium=copy_link

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