Ministro Alexandre de Moraes suspende quebra de sigilo de Jair Bolsonaro

Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Com informações de O Globo

BRASÍLIA – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão da quebra do sigilo telemático do presidente Jair Bolsonaro, a partir de abril de 2020, aprovada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado em seu último dia de funcionamento. A decisão do ministro é desta segunda-feira, 22. 

Os senadores aprovaram um requerimento solicitando a transferência do sigilo de Bolsonaro ao procurador-geral da República e ao STF, além de solicitarem formalmente o banimento do presidente das redes sociais pela propagação de notícias falsas.

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No documento aprovado pelos senadores, a CPI pedia ainda para que Google, Facebook e Twitter fornecessem uma série de informações de Bolsonaro, como dados cadastrais, registros de conexão e cópia integral de todo o conteúdo armazenado nas plataformas, inclusive informações de acessos e relativas a todas as funções administrativas e de edição.

Para Moraes, no entanto, “não se mostra razoável a adoção de medida que não comporta aproveitamento no procedimento pelo simples fato de seu encerramento simultâneo”.

“Não se vê, portanto, utilidade na obtenção pela Comissão Parlamentar das informações e dos dados requisitados para fins de investigação ou instrução probatória já encerrada e que sequer poderão ser acessadas pelos seus membros”, diz o despacho.

Na avaliação do ministro, mesmo reconhecendo que as Comissões Parlamentares de Inquérito têm poderes investigativos e podem solicitar medidas similares, o requerimento aprovado “acabou por extrapolar os limites constitucionais investigatórios de que dotada a CPI ao aprovar requerimento de quebra e transmissão de sigilo telemático” de Bolsonaro ao não apresentar “fundamentação a demonstrar sua própria efetividade em relação ao fim almejado pela Comissão Parlamentar, que já havia encerrado sua investigação, inclusive com a elaboração do relatório final”.

Ao STF, Bolsonaro alegava que o requerimento aprovado pelos senadores “invade a esfera de sigilos dos dados” e que a CPI não tem competência para investigar o presidente da República. O presidente ainda afirmava que o pedido não tinha fundamentação e, por isso, seria ilegal.

Pelo documento aprovado, a CPI recomendou que as instituições pedissem “o banimento ou a suspensão das contas em redes sociais vinculadas ao presidente”. E que Bolsonaro seja forçado a se retratar pelas falas equivocadas, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento. Moraes, no entanto, não tratou a respeito deste pedido em sua decisão.

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