Ministro da Infraestrutura diz que ainda não há risco de greve de caminhoneiros após aumento dos combustíveis

Caminhoneiros autônomos e os empresários ameaçam nova greve, assim como a de 2018 (Foto: Arquivo/Estadão)

Com informações da Folha de S. Paulo

BRASÍLIA — Apesar de ameaças feitas nesta quinta-feira, 10, o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) diz não vislumbrar risco de paralisação de caminhoneiros no País por causa do mega-aumento no preço do diesel.

Integrantes da categoria reagiram ao reajuste divulgado pela estatal. O ministro da Infraestrutura disse que está acompanhando a situação e afirma que recebeu uma série de questionamentos da categoria ao longo da quinta.

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“Nas conversas, embora muito preocupados com o aumento, tenho percebido que eles [os caminhoneiros] estão entendendo o impacto da guerra. E estão percebendo também o esforço feito pelo Congresso em mudar a tributação e pelo governo, em termos de estudo para amenizar o aumento”, afirma Freitas.

“Como está havendo essa compreensão, não vislumbro neste momento risco de paralisação”, diz.

A Petrobras divulgou nessa quinta-feira, 10, que haverá alta de 18,8% para a gasolina, 16,1% para o gás de cozinha e 24,9% para o diesel nas refinarias.

No caso do diesel, o valor subirá quase R$ 1 por litro, de R$ 3,61 para R$ 4,51.

À coluna Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, um dos principais líderes da greve de caminhoneiros de 2018, Wanderlei Alves, o Dedeco, disse que o Brasil tem que parar em protesto contra o aumento.

“Os caminhoneiros autônomos e os empresários de transporte têm que se unir e parar o País. Ninguém vai aguentar. As transportadoras que têm 500, mil caminhões, com milhares de funcionários para pagar, vão quebrar”, afirma Dedeco.

Integrantes do governo ficaram inquietos com as mensagens e áudios que circularam no dia do mega-aumento da Petrobras.

As ameaças que circularam incluíram bloqueios na BR-163, a rodovia da soja, em Mato Grosso e Pará, e greve de “cegonheiros” no ABC paulista, o que afetaria a indústria automotiva. Outro líder dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chorão, se disse arrependido de votar em Bolsonaro frente ao reajuste da Petrobras, como mostrou a Folha.

“Apoiei o Bolsonaro, fiz campanha para ele, e de graça. Recebi a comenda do mérito de Mauá, o maior mérito do transporte que existe no Brasil, pelos serviços prestados ao transporte. E, com toda sinceridade, não trabalho mais para ele, não voto nele. Tudo o que prometeu para nós, ele não cumpriu”, disse Landim.

Chorão e outros dois representantes dos caminhoneiros ouvidos pela Folha, José Roberto Stringasci, da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), e Carlos Alberto Dahmer, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), disseram não ter intenção de convocar paralisação da categoria.

Eles, dizem, porém, que vão se manifestar como membros da sociedade civil.

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