Ministro de Minas e Energia afirma que crise hídrica não deve acabar este ano

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, participa do programa Sem Censura, na TV Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Agência O Globo)

Com informações do Infoglobo

BRASÍLIA – No oitavo andar do Ministério de Minas e Energia (MME), o ar-condicionado está desligado e várias luzes estão apagadas. É o retrato de uma crise que se desenha desde o ano passado e que faz com que o ministro Bento Albuquerque precise responder diariamente a pergunta: vinte anos depois, o Brasil voltará a enfrentar racionamento de energia? A resposta é “hoje” não, mas com a ressalva de que “o monitoramento é permanente”.

Albuquerque diz que o presidente Jair Bolsonaro foi informado do risco de crise hídrica desde outubro do ano passado, quando fez uma apresentação em Power Point junto com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, e com Rodrigo Limp, ex-secretário de Energia do MME e atual presidente da Eletrobras.

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Segundo o ministro, partiu do presidente a sugestão de criar uma campanha para incentivar a redução do consumo. A previsão é gastar R$ 120 milhões em comerciais na televisão, rádio e internet.

Aos críticos que afirmam que o governo deveria ter atuado com maior prontidão para responder aos sinais de crise, ele ressalta que é fácil falar depois que algo aconteceu. É recorrente entre os especialistas a avaliação de que o governo deveria ter sido mais ágil para adotar medidas de incentivo à redução do consumo e para poupar os reservatórios das hidrelétricas.

“É o que nós chamamos de comentarista de videotape, que comenta depois que aconteceu. Depois que aconteceu, é mais fácil dizer. Tem que ver as medidas que foram tomadas naqueles cenários. Eu acredito que as medidas que tomamos eram as medidas cabíveis naquele momento”, afirma, em entrevista ao GLOBO.

‘Não escondemos nada’

Mas especialistas e governo têm ao menos um ponto em comum: a avaliação de que a crise hídrica não vai ter um ponto final em 2021. O nível dos reservatórios baixará ainda mais até dezembro, quando começa o período úmido, que segue até abril.

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que grande parte das represas do Sudeste e do Centro-Oeste chegará ao fim do ano com menos de 10% de água.

Dificilmente haverá chuva suficiente para fazer subir o nível de um ano para o outro, até porque o solo está seco — o que faz com que seja necessário mais água para encher uma barragem.

“Evidentemente, nós não estamos preocupados só com 2021. Mas também com 2022, 2023, 2024. Porque os nossos reservatórios estão em níveis baixos e ficarão ainda mais baixos até o fim do ano. As coisas não vão se resolver em dezembro, muito menos em abril de 2022. É lógico que o nosso foco agora é prover a oferta necessária para que a gente passe sem maiores problemas por essa fase até novembro, quando o período úmido começa. Mas nós temos que fazer um trabalho de médio prazo para que possamos ter condições melhores nos anos vindouros”, afirma.

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