Ministro do STF dá 48h para governo Bolsonaro se manifestar sobre plano para vacinar crianças

O ministro Ricardo Lewandowski analisa pedido para que faixa etária seja incluída no Plano Nacional de Imunização, após aprovação da Anvisa (Jorge William/04-12-2018)

Com informações do InfoGlobo

BRASÍLIA — O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48h para que o governo Jair Bolsonaro se manifeste a respeito da inclusão de crianças entre 5 e 11 anos no Plano Nacional de Vacinação para a imunização contra a Covid-19.

Veja também: Anvisa autoriza uso da vacina da Pfizer para crianças a partir de 5 anos

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nessa quinta-feira, 16, a aplicação da vacina da Pfizer para crianças. O parecer do órgão apontou eficácia superior a 90% do imunizante para o segmento infantil. O Ministério da Saúde, no entanto, ainda não encomendou as doses específicas para essa faixa etária.

O despacho do ministro, desta sexta-feira, 17, foi dado em um pedido apresentado pelo PT para que o governo federal seja obrigado a apresentar um plano de vacinação para crianças nesta faixa etária.

“Incluindo-se um cronograma que viabilize a cobertura vacinal adequada de toda a população infantil antes da retomada das aulas, bem como a previsão de um dia nacional (Dia D) para vacinação, ou mesmo a designação de possíveis datas para a realização de grandes mutirões de incentivo e vacinação”, pede o partido.

A Anvisa incluiu a faixa etária na bula do imunizante na manhã de quinta, 16. A resolução, que já está em vigor, é assinada pelo gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) da Anvisa, Gustavo Mendes.

Segundo a Anvisa, devem ser aplicadas duas doses com intervalo de 21 dias. Até o momento, essa é a única vacina aprovada para o público infantil. Logo, não deve haver intercambialidade de vacinas, isto é, mistura de doses.

A vacinação de crianças já virou alvo de ataques por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em uma live nesta quinta-feira, o presidente avisou logo de início aos seus espectadores que não interfere na Anvisa e que a agência não está subordinada a ele.

“Deixar bem claro isso, não interfiro lá. Pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento quem são essas pessoas e forme o seu juízo.”

Bolsonaro voltou a afirmar que a vacina é “experimental”, o que não é verdadeiro. Todas as vacinas aplicadas no Brasil foram testadas e aprovadas em pesquisas que atestaram sua eficácia e segurança. Os resultados desses estudos foram analisados e aprovados pela Anvisa.

“A vacina chegou, experimental. Da nossa parte foi voluntária, ninguém obrigou ninguém a tomar, a responsabilidade é de cada um. Mas agora mexe com as crianças. Quem é responsável é você, pai. Eu tenho uma filha de 11 anos e vou estudar com a minha esposa para ver qual a decisão que nós vamos tomar.”

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