Ministro do Trabalho defende fim da escala 6×1 após vitória do governo na isenção do IR
Por: Cenarium*
08 de novembro de 2025
MANAUS (AM) – Para o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 é uma vitória dos trabalhadores que deve ser tomada como exemplo na defesa de outra bandeira que tem ganhado repercussão cada vez maior no Congresso: o fim da escala 6×1. O tema é de grande popularidade para o presidente Lula.
Segundo o chefe da pasta, assim como o debate da jornada de trabalho não tem unanimidade entre os parlamentares e empregadores, o mesmo aconteceu com a tabela do IR. Mesmo assim, o governo teve vitória nesse tema.

Em entrevista ao Painel S.A., o ministro disse que é possível reduzir a escala de trabalho para 40 horas semanais e avisou às empresas que elas precisam começar a estudar o assunto. Ele defendeu um tempo de transição para que as companhias se preparem.
Questionado sobre o avanço desse tema no contexto do aumento da pejotização no Brasil, Marinho chamou de fraude as demissões para transformar trabalhadores enquadrados na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em PJs (Pessoas Jurídicas), e criticou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela decisão de suspender as ações sobre esse assunto na Justiça brasileira até uma resolução final na Suprema Corte.
Consulta popular
O plebiscito popular sobre a isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5.000 e fim da escala 6×1 terminou com 2,12 milhões de votos, sendo 60% depositados de forma presencial, segundo a comissão organizadora da consulta.
Durante 103 dias, entre julho e outubro, foram colocadas urnas em sedes de sindicatos, movimentos populares, partidos e associações pelo País, para colher os votos. Também foi possível votar de forma on-line.
Os resultados serão entregues nesta semana pelos responsáveis pelo plebiscito ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em audiência. A reunião coincide com a previsão de votar o projeto que isenta o IR na Comissão de Assuntos Econômicos da Casa.
Já houve reuniões com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente Lula. Movimentos sociais responsáveis pela consulta dizem que continuarão a campanha por justiça tributária e redução da jornada de trabalho.
“Depois do processo de votação do plebiscito, vamos continuar a luta e pressionar o Congresso Nacional para que as altas rendas paguem mais impostos e para reduzir a jornada de trabalho”, diz Igor Felippe Santos, da comissão executiva nacional do plebiscito popular.