‘Momorõ’: documentário revela protagonismo indígena no artesanato em Manaus
Por: Cenarium*
26 de novembro de 2024
O título da série, Momorõ — "borboleta" na língua Dessana —, foi escolhido por Carla Wisu, idealizadora do projeto Reconstruindo Teias: Arte e Tecnologias de Cuidado da Mulher Indígena (Divulgação)
MANAUS (AM) — Já está disponível o segundo episódio da série documentalMomorõ, que traz luz ao legado cultural e aos saberes ancestrais das mulheres indígenas Dessana e Tukano do Alto Rio Negro. Disponível no canal do YouTube do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi (CMI), a produção segue emocionando o público ao retratar as oficinas de artesanato e grafismo realizadas entre setembro e outubro deste ano. Acesse o episódio mais recente pelo link http://bit.ly/48TR2wm.
O título da série, Momorõ — “borboleta” na língua Dessana —, foi escolhido por Carla Wisu, idealizadora do projeto Reconstruindo Teias: Arte e Tecnologias de Cuidado da Mulher Indígena. O símbolo da borboleta expressa a união e a força das mulheres que trabalham juntas.
Falar de povos indígenas é um ato político
Segundo ISIS de Manaus, diretora do projeto audiovisual, dar visibilidade às narrativas indígenas é um ato de resistência e urgência.
“Mostrar essas histórias, principalmente em Manaus, o estado mais indígena do Brasil, é essencial. A série evidencia como as mulheres indígenas desempenham papéis fundamentais ao cuidar da terra, do corpo e ao manter um olhar único sobre o mundo”, afirma ISIS.
Carla Wisu reforça a importância do documentário como forma de preservar e compartilhar o conhecimento ancestral. “Essas oficinas criaram um espaço de troca de saberes, um verdadeiro resgate cultural, permitindo às mulheres reviverem tradições que, por vezes, ficaram adormecidas pela vida urbana.”
Troca de saberes e empoderamento feminino
As oficinas, conduzidas por Carla Wisu, Thaís Dessano e Janine Dessano, contaram com a participação de 20 pessoas, selecionadas por meio de inscrições. Mais que aprendizado técnico, elas promoveram um ambiente de empoderamento e fortalecimento mútuo.
“A série celebra o protagonismo feminino. Com uma equipe majoritariamente composta por mulheres, reunimos indígenas, negras e LGBTQIAPN+ para dialogar, se fortalecer e produzir juntas”, destaca ISIS. Além disso, o projeto visa democratizar o acesso ao conhecimento ancestral, incluindo legendas no documentário, para que mais pessoas possam usufruir desse registro cultural.
Impacto cultural e colaborações
A série Momorõ faz parte do projeto Reconstruindo Teias, realizado pelo CMI em parceria com Pedra de Fogo Produções, Instituto de Pesquisa Tabihuni e o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Ufam (PPGAS/Ufam). O projeto conta com financiamento da Lei Paulo Gustavo e apoio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC-AM).
“Esse trabalho mostra a força das parcerias entre diferentes grupos em prol da valorização da cultura indígena e negra”, pontua ISIS.
Com episódios curtos e impactantes, Momorõ é mais que uma série; é uma ferramenta educativa e um registro histórico, que ecoa o valor da preservação das culturas indígenas em um contexto urbano. “Não perca os episódios no canal do CMI e compartilhe para ampliar essa voz ancestral que resiste e transforma”, finaliza Carla.
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