Moradores buscam rio Amazonas, na orla de Macapá, para fugir do calor em meio a apagão

Já fazem cinco dias que o estado passa por um apagão no fornecimento de energia elétrica. Foto: Rafael Aleixo/Arquivo Pessoal

Da Revista Cenarium*

MACAPÁ – A falta de energia elétrica e água provocada pelo apagão que já dura quatro dias em 89% do Amapá vem fazendo moradores procurarem um jeito de fugir do calor da região Norte. Em Macapá, uma alternativa encontrada foi tomar banho no Rio Amazonas, que banha a orla da cidade. Com informações do G1 Amapá.

Cerca de 765 mil pessoas estão sem energia elétrica após um incêndio na mais importante subestação do estado, que fica na Zona Norte de Macapá e alimenta 13 das 16 cidades do estado.

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Banhistas lotaram pontos da orla nos bairros Santa Inês, Cidade Nova e Perpétuo Socorro, na Zona Leste da capital, desde quinta-feira, 5 . A ideia foi se refrescar, passar um pouco do tempo jogando futlama e ainda deu tempo de lavar o carro.

Mesmo com as orientações devido à pandemia da Covid-19, quase ninguém usava máscara, mantinha distanciamento de outras pessoas ou adotava qualquer outra medida preventiva.

Principais impactos do apagão para a população:

  • Falta de energia em 13 dos 16 municípios, incluindo todos da região metropolitana. Em Macapá, só há energia em serviços essenciais, como hospitais;
  • Falta água encanada, água mineral e gelo;
  • Internet e serviços de telefonia quase não funcionam;
  • Maioria dos postos de gasolina não tem gerador e não consegue operar;
  • Caixas eletrônicos e máquinas de cartão não funcionam, então as pessoas não conseguem fazer compras.

Uma das pessoas que resolveram encarar o Rio Amazonas foi o pedreiro Ivaldo Nazário. Essa foi a forma que ele encontrou de distrair a atenção da família, enquanto não há uma previsão para o retorno da energia elétrica nas residências.

“Muito quente em casa, aí a gente resolveu vir aqui ‘pra beira’ trazer os meninos pra tomar banho. Sem energia é complicado e não tem nem previsão de retornar”, disse.

Além das brincadeiras, teve quem aproveitou a água do rio para lavar o carro. Também teve gente que usou o momento para garantir uma renda extra. Exemplo da vendedora de batata frita, Maria Raimunda Pires.

“Para faturar mais um dinheirinho, meu irmão. Porque a gente tá sem dinheiro, né. Aí sem água, sem energia. Aí eu digo: ‘vou aproveitar lá pra gente e conseguir um dinheiro pra gente comprar comida”, contou a autônoma.

A indignação pelo não fornecimento de energia era clara semblante do eletricista Felipe Bentes. O trabalhador desabafou e pediu um solução por parte do poder público.

“O povo tá lá pagando os seus impostos, mas a gente procura uma energia e estamos passando por isso agora. Procuramos uma rua asfaltada de qualidade, não temos. A saúde, todo mundo tá vendo precária. E a gente não tem solução nenhuma e nem pra onde correr”, afirmou.

*Com informações da Rede Amazônica

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