Moradores de Porto Velho denunciam falta de água potável
Por: Camila Pinheiro
30 de outubro de 2024
PORTO VELHO (RO) — Moradores do bairro Nova Esperança, em Porto Velho, estão há quase dois meses sem abastecimento regular de água potável devido à seca histórica que atinge o Rio Madeira. À CENARIUM, o contador José Maurílio Honorato, morador do residencial, afirmou que o abastecimento por meio de caminhões pipa são insuficientes.
De acordo com os residentes do local, uma denúncia foi apresentada ao Ministério Público de Rondônia (MP-RO) devido ao problema. O órgão recomendou reuniões entre os moradores da região e representantes da Companhia de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia (Caerd), o que resultou em um breve retorno do abastecimento.
Os moradores alegaram que o problema voltou a se agravar após o poço que abastecia o bairro secar novamente, afetando casas de pelo menos 13 quadras no residencial. A situação tem obrigado as famílias atingidas a racionar água para realizar tarefas básicas como cozinhar. Para tentar amenizar a crise, caminhões pipa estão abastecendo a área diariamente, mas muitos moradores relatam que não conseguem receber o serviço.

“Desde que a promotora determinou que carro-pipa viesse diariamente, ele tá vindo diariamente, mas são muitos moradores e tem que sair em busca dele, ficando em frente de suas residências pra não perder o abastecimento”, disse José Maurílio.
Lauro Fernandes, diretor da Caerd, afirmou à CENARIUM que a estiagem, considerada a pior já registrada em Rondônia, impactou drasticamente os poços de água subterrânea, reduzindo a capacidade em cerca de 30%. Em resposta, a companhia iniciou a perfuração de novos poços na tentativa de aumentar a disponibilidade de água na região.
Estiagem
A seca deste ano registrou uma baixa histórica no nível do Rio Madeira, que atingiu apenas 19 centímetros em outubro, menor cota desde o início dos registros em 1967. A situação também afetou comunidades ribeirinhas e levou ao fechamento temporário do porto de cargas de Porto Velho, prejudicando o transporte de mercadorias e interrompendo a renda de trabalhadores locais.

A crise hídrica que atinge o Estado colocou várias cidades em situação de emergência, com muitos ribeirinhos vivendo com menos de 50 litros de água por dia — menos da metade do que a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda para atender as necessidades básicas de uma pessoa.