Moradores denunciam descaso ambiental na periferia de Belém


Por: Fabyo Cruz

13 de janeiro de 2025
A área, que abriga árvores centenárias de grande importância para o ecossistema local, tornou-se um ponto crítico de acúmulo de lixo (Reprodução/Arquivo pessoal)
A área, que abriga árvores centenárias de grande importância para o ecossistema local, tornou-se um ponto crítico de acúmulo de lixo (Reprodução/Arquivo pessoal)

BELÉM (PA) – Moradores dos bairros do Guamá e Terra Firme, na periferia de Belém, denunciam o descaso ambiental em um trecho da avenida Perimetral, nas proximidades do portão 2 da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da ponte sobre o Rio Tucunduba. A área, que abriga árvores centenárias de grande importância para o ecossistema local, tornou-se um ponto crítico de acúmulo de lixo, e coloca em risco a preservação das espécies e contribuindo para a poluição do curso d’água.

Relatos da população indicam que o local se transformou em um verdadeiro lixão a céu aberto, com resíduos sendo descartados irregularmente. A denúncia também aponta que a coleta pública é realizada de forma insuficiente para conter o avanço do problema. “Às vezes, entram máquinas para retirar o lixo e acabam ferindo as raízes e os troncos dessas árvores gigantes. O material descartado também está atingindo o Rio Tucunduba, agravando a poluição do curso d’água”, denuncia o professor da UFPA e morador do bairro do Guamá Marcel Hazeu.

Lixão em um trecho da avenida Perimetral, nas proximidades do portão 2 da UFPA e da ponte sobre o Rio Tucunduba (Reprodução/Arquivo pessoal)

Marcel destaca que as árvores desempenham um papel essencial ao capturar toneladas de dióxido de carbono (CO₂), oferecer sombra e servir de abrigo para diversas espécies de animais. No entanto, a sobrevivência delas está comprometida pelo descaso ambiental e pela falta de ações efetivas por parte das autoridades locais. Os moradores sugerem a instalação de cercas para proteger as árvores centenárias, a recuperação do solo ao redor das espécies e o fortalecimento da fiscalização para evitar novos descartes de resíduos.

Problemas se agravam na periferia

Além do impacto ambiental, a situação reflete problemas sociais enfrentados pelos moradores de bairros periféricos, como os constantes alagamentos e a proliferação de doenças. A geógrafa e residente do bairro Terra Firme Ana Luiza Araújo ressalta a precariedade no manejo de resíduos e a falta de assistência do poder público. “Nós, moradores de áreas periféricas, enfrentamos alagamentos e descarte irregular de entulho e lixo. Com o período chuvoso, esses problemas se agravam, aumentando os riscos de doenças como dengue e chikungunya”, alerta.

Ana Luiza também destaca a urgência de maior atenção por parte da Secretaria de Saneamento (Sesan) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma). Segundo ela, é imprescindível intensificar a fiscalização e promover ações que impeçam o descarte irregular em áreas verdes, margens de rios e terrenos subutilizados. “Belém está sendo descrita como uma cidade abandonada, repleta de lixo. Isso não apenas prejudica a saúde e a qualidade de vida dos moradores, mas também afeta a imagem turística da cidade”, afirma.

O que diz a prefeitura?

A CENARIUM solicitou um posicionamento da Prefeitura de Belém sobre o assunto e aguarda retorno.

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Editado por Adrisa De Góes

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