Em Manaus, moradores de comunidade protestam pela falta de manutenção em bueiros

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – Moradores da Comunidade Maculado Coração de Maria, situada no bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Sul de Manaus, se reuniram e foram às ruas nesta segunda-feira, 18, para reivindicar melhorias relacionadas à infraestrutura do local. Uma das principais preocupações, segundo os manifestantes, são os bueiros entupidos que contribuem para os constantes alagamentos na localidade.

Os manifestantes afirmam que, a maioria dos escoadouros danificados e com areias, não dão vazão às águas das chuvas que têm sido intensas nos últimos meses. Conforme os comunitários, com a água represada, o alagamento das residências e comércios da região é quase inevitável, principalmente no Beco Ayrão.

Dor de cabeça

O estudante Victor Hugo, que já teve a casa atingida pelo alagamento, reclama da situação do beco e teme por novos episódios, resultando em mais prejuízos à família e vizinhos. “Nossa reivindicação é por causa dos bueiros que estão todos entupidos com muita areia. Nos momentos de chuva, a água não passa e alaga todas as casas daqui. Esse é o nosso maior problema e agora tem piorado, pois, com dez minutos de chuva a nossa comunidade fica toda inundada”, declarou.

Em um dos vídeos compartilhados pelos moradores, é possível ver um estabelecimento comercial inundado, após a última forte chuva caída no sábado, 16. “Olha aí autoridade, como estamos em processo de calamidade devido aos bueiros entupidos. Cada vez mais está alagando nossa casa. Meu local de trabalho totalmente tomado pela água. Isso não era assim quando tinha a limpeza dos esgotos, como agora não está mais havendo limpeza, estamos assim. Se tivesse acontecendo, não passaríamos por isso”, relata a moradora durante registro feito com um telefone celular.

Medo

Além dos episódios de alagamentos, os moradores também reclamam das ruas esburacadas e dos asfaltos danificados. De acordo com os comunitários, a fina camada de asfalto, em determinado trecho do beco, aliada à rede de drenagem danificada, pode resultar em acidente, caso o pavimento ceda.

Em média, 50 pessoas participaram do protesto. Cartazes, apitos, panelaço e até mesmo um pneu queimado foi a forma que encontraram para chamar a atenção das autoridades. Duas viaturas da 1ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) e integrantes do Corpo de Bombeiros permaneceram no local durante a manifestação que deixou o trânsito lento no final da Avenida Boulevard Álvaro Maia, sentido Avenida Jornalista Umberto Calderaro Filho.

“Tivemos que apelar para essa medida mais extrema, queimando um pneu e fechando uma das vias, para tentar chamar a atenção do poder público quanto aos nossos problemas e as melhorias que a gente quer. Fica o constrangimento que temos sofrido. Meu vizinho, inclusive, que tem a casa mais baixa, sempre perde materiais. Na sexta-feira, ele estava limpando os resquícios de alagamento na casa e no comércio dele, por conta da última chuva, e no sábado teve que parar porque, novamente, alagou a casa dele”, lamenta Victor.

RESPOSTA

Procurada pela equipe da REVISTA CENARIUM, para saber sobre a manutenção e estrutura dos bueiros, instalados na comunidade, a Secretaria Municipal de Infraestrutura de Manaus (Seminf) afirmou estar trabalhando de “forma intensa nas manutenções de bueiros e implantações de drenagens profundas e superficiais para evitar esse tipo de transtornos para todos. Bairros da Zona Norte e Leste foram os mais atendidos por meio de demandas de moradores.

A Seminf disse que em todas as áreas que já atuou com as desobstruções de bueiros, retirou muito lixo doméstico dos locais, um dos agravantes que contribui com as alagações, além de problemas com construções irregulares de calçadas obstruindo a vazão correta das águas.

Especificamente no Beco Ayrão, as equipes de pronta-resposta da Prefeitura de Manaus atuarão a partir desta terça-feira, 19/4, verificando de fato a causa do problema. Os trabalhos na área serão realizados de forma emergencial“, informou.