Moraes decreta prisão de Ramagem após deputado ser visto em Miami


Por: Jadson Lima*

21 de novembro de 2025
Moraes decreta prisão de Ramagem após deputado ser visto em Miami
Ex-diretor da Agência de Inteligência, Alexandre Ramagem foi condenado por golpe de Estado em setembro de 2025 (Imagem/Reprodução/PlatôBR)

MANAUS (AM) – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, nesta sexta-feira, 21, a prisão preventiva do ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Condenado no processo que investigou a tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, o parlamentar deixou o Brasil e está atualmente nos Estados Unidos (EUA), segundo monitoramento da Polícia Federal (PF).

Durante as investigações, Moraes havia ordenado que Ramagem entregasse todos os seus passaportes e ficasse proibido de sair do País. Uma reportagem do site PlatôBR, publicada na quarta-feira, 19, revelou que o parlamentar vive em um condomínio de luxo em North Miami. Ele teria se mudado para os EUA em setembro deste ano, após viajar do Rio de Janeiro a Boa Vista e, em seguida, sair do Brasil.

Ex-chefe da Abin foi condenado pelo STF por tentativa de golpe após Bolsonaro perder as eleições de 2022 (Reprodução/PlatôBR)

Na quarta-feira, o Psol encaminhou um ofício à Polícia Federal pedindo a prisão do deputado. No dia seguinte, protocolou o mesmo pedido no STF. A solicitação, porém, já estava superada: Moraes havia determinado a prisão antes, em decisão ainda sigilosa.

Até a tarde desta sexta-feira, Ramagem não havia se pronunciado publicamente sobre o caso. Ele também não comentou a decisão por meio de seus advogados ou de sua assessoria. No último mês, o deputado publicou vídeos nas redes sociais tratando de temas relacionados ao seu trabalho, sem mencionar o processo.

Alexandre Ramagem Rodrigues e o seu advogado, Paulo Renato Garcia Cintra Pinto (Fellipe Sampaio/STF)
Condenação

A Primeira Turma do STF condenou Ramagem a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão em regime inicialmente fechado. A decisão dos ministros também prevê a perda de seu mandato parlamentar, o que ainda dependeria de análise da Câmara dos Deputados após o fim dos recursos possíveis.

Na semana passada, o deputado federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros condenados pela trama golpista tiveram recursos rejeitados, aproximando-se da fase de execução das penas, que pode começar já na próxima semana, segundo especialistas.

A Primeira Turma do STF durante o julgamento do processo que apurou tentativa de golpe no Brasil (Fellipe Sampaio/STF)
Fuga

A fuga do parlamentar se soma a outros episódios recentes envolvendo parlamentares que deixaram o país em meio a investigações. Em julho, Marcos do Val (Podemos-ES) viajou aos Estados Unidos apesar da ordem de apreensão de seu passaporte, motivada por sua atuação nas redes sociais contra policiais federais envolvidos no caso do golpe. Ao retornar ao Brasil, Moraes determinou que ele usasse tornozeleira eletrônica, medida retirada apenas no fim de agosto.

Outro caso foi o da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o Brasil em junho para evitar o cumprimento da pena de dez anos de prisão pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela emissão de um mandado falso de prisão contra Moraes. Ela foi presa em Roma e permanece à espera do processo de extradição para o Brasil.

Leia mais: STF condena Bolsonaro a 27 anos de prisão por trama do golpe
(*) Com informações da Folha de São Paulo e Site PlatôBR

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